A garotada empolgada que estava aplaudindo há 17 anos agora está no palco tocando o que sonhava. Será assim a visão geral do Festival Mor-Março, que ocorre na tarde e noite deste sábado (9) na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa.
“Isso é muito bacana, dá um clima especial”, avalia o músico Ilsom Barros (Pau de Dá em Doido e Zefirina Bomba), organizador do evento. Serão 13 bandas de rock, de várias nuances, se dividindo em dois palcos: na Sala Vladimir Carvalho e no Café da Usina. O grupo Matriarcaos não poderá se apresentar.
As apresentações estão organizadas de maneira que o público possa ver todos os shows. “Quando um grupo estiver no Café da Usina, a produção do festival estará ajudando nos ajustes de som e palco na Sala Vladimir Carvalho. Cada apresentação se inicia quando a outra terminar”, explica Ilsom.
Antes do som começar a rolar, haverá um sarau poético, que começa às 14h. A previsão é de que a primeira banda suba ao palco às 16h. “Cada show terá entre 25 minutos e meia hora. Nossa ideia é que a coisa se dê com dinâmica para que não encerremos o evento muito tarde, afinal muita gente depende de ônibus”, diz Ilsom Barros.
A história do Mor-Março
A primeira edição ocorreu em 2002, havendo sequência nos dois anos posteriores. “A coisa nasceu por causa da falta de espaço para as bandas underground nos festivais tradicionais, como Mada e Abril Pro Rock, por exemplo. Os grupos não conseguiam, na época, atender exigência dos organizadores, tipo não tinha demo, algum trabalho gravado, etc.”, lembra Ilsom Barros.
Já na terceira edição, o Mor-Março conseguiu atrair olhares, como o da MTV, que enviou equipe para cobrir o festival. As bandas tiveram mais visibilidade e começaram a ter acesso aos eventos que antes as preteriam.
Após a teira edição tivemos esse grande hiato, ocasionado pela transferência de Ilsom Barros para São Palu: “Fui morar lá e o festival parou. Não houve articulação. Agora estou voltando e o período de 15 anos depois da última edição me veio como uma deixa para retomar tudo, inclusive esse aspecto sobre o pessoal que naquela época era público e agora é quem toca”.
“Faça você mesmo”
Ilsom afirma que o Mor-Março surgiu dos músicos e não de produtores, o que, segundo ele, faz muita diferença. “O festival nunca foi pensado como um produto, nosso primeiro foco sempre foi arrecadar alimentos. A responsabilidade social é algo presente e a música se torna elemento agregador desse mote”, explica. Somando as três edições, o evento coletou cerca de 20 toneladas de alimento não perecível, redirecionado para instituições.
O coordenador lembra que a motivação dos primeiros anos é a mesma que move a equipe por traz do evento: “A essência é a mesma. “Faça você mesmo”. Apegado ao filho e reconhecendo seus bons resultado, Ilsom Barros diz que tem orgulho em dizer que o Mor-Março sempre foi impulsionador de bandas, que várias foram alçadas para outros festivais depois de se apresentarem nos palcos do evento local. “Isso talvez justifique a nossa importância como festival”, declara, com modéstia.
Espaços
O que diferencia uma edição da outra é o espaço onde ela ocorre. Houve uma edição no Espaço Cultural, outra no estacionamento do Manaira Shopping e agora o festival acontecerá na Usina Cultural Energisa. “Nunca investimos em alegorias e adereços, o que importa é a música e o que podemos fazer no seu entorno. Neste caso um fim solidário e cidadão”.
As bandas
Densa
Musa Junkie
Ssumo
Madelena Moog
Venus in Fuzz
Zefirina Bomba
Primavera Blue
Revoltos Constantes
Margaridas em Fúria
Fuga de Saturno
Nardonis
Carrapato’s
Coalizão
Serviço:
Festival Mor-Março – 4ª edição
9/3 | 14h | Usina Cultural Energisa | João Pessoa-PB | Ingressos: R$ 10 ou R$ 2 + 1kg de alimento não perecível
(José Carlos dos Anjos Wallach)