Após prêmio em Minas, Trupe do ‘Pavão Misterioso’ segue para mostra em SP

Após prêmio em Minas, Trupe do ‘Pavão Misterioso’ segue para mostra em SP

Teatro - 16, maio, 2023

‘O Pavão Misterioso e o Romance da Donzela’, espetáculo teatral baseado na obra secular de José Camelo de Melo Rezende, se apresentará nesta sexta-feira (19) na 36ª Mostra de Teatro de Sertãozinho (SP).

Elenco e técnicos da Companhia Torre de Papel, responsável pela montagem do espetáculo, partiram para o sul do país às 15h desta terça-feira (16). O grupo saiu da frente do Teatro Geraldo Alverga, em Guarabira, e vai percorrer 2,6 mil km até o local da apresentação, de ônibus.

Atores e produção posam antes do iniciar viagem a São Paulo

A peça se apresentará para os paulistas um mês após ser premiada no 6º Festival Internacional de Teatro de Guaranésia, em Minas Gerais. Para a viagem a Sertãozinho, a trupe do ‘Pavão Misterioso’ obteve apoio da Prefeitura Municipal e da Câmara de Vereadores de Guarabira, e da Secretaria de Estado da Cultura (SeculPB).

‘O Pavão Misterioso e o Romance da Donzela’ se apresentará na segunda noite da Mostra de Sertãozinho, às 20h30, no Teatro Municipal.

Histórico

A peça ‘O Pavão Misterioso e o Romance da Donzela’ é uma livre adaptação do centenário cordel ‘Romance do Pavão Misterioso’, de José Camelo de Melo Rezende, poeta e cordelista considerado como um dos maiores autores da literatura de cordel do Brasil.

Nascido em Pilõezinhos (PB), em 1885, quando este ainda era distrito de Guarabira. Ainda na escola destacava-se pela inteligência e capacidade criativa, mas as condições precária do meio em que vivia limitaram-lhe as possibilidades.

José Camelo de Melo Rezende

Foi Marceneiro e carpiteiro, mas teve na poesia a válvula de escape para a imaginação extraordinária. Na década de 20, começou a escrever folhetos, em linguagem perfeita e precisão métrica e de rima. Também foi cantador.

De acordo com o site da Fundação Casa Rui Barbosa, no fim dos anos 1920, José Camelo de Melo Resende “mete-se em complicações e foge para Rio Grande do Norte, onde se esconde por uns tempos. É nessa época que João Melquíades Ferreira da Silva publica na Paraíba, em seu nome, o romance Pavão misterioso, obra criada por José Camelo. Este denuncia o golpe, mas o romance continuaria a ser atribuído a João Melquíades (N.E.: até hoje se discute a verdadeira autoria desse romance)”.

uma das edições do famoso cordel

“Seja como for, a história de Pavão Misterioso torna-se um dos maiores sucessos da literatura de cordel, sendo reeditada inúmeras vezes, além de inspirar peças de teatro, canção, novela de televisão e filme de animação.

Outros romances de José Camelo também têm enorme repercussão, como As grandes aventuras de Armando e Rosa conhecidos por Coco Verde e Melancia; Entre o amor e a espada; História de Joãozinho e Mariquinha; O monstro do Rio Negro e Pedrinho e Julinha, todos editados por João Martins de Ataíde, no Recife, e reeditados por José Bernardo da Silva e seus herdeiros, em Juazeiro do Norte.

No fim da vida, porém, quase octogenário, o poeta se deixa ganhar pela frustração e amargura, destruindo – segundo seus contemporâneos – umas cinquenta obras de sua autoria. Morre em Rio Tinto (PB), em 28 de outubro de 1964, passando à posteridade como um dos maiores autores da literatura de cordel brasileira”, informa o apanhado histórico da Fundação Casa de Rui Barbosa.

Ficha técnica

Maquiagem e fotografia: Tham Toscano Cenário

Figurino: Marcílio Vital

Iluminação: Dida Cavalcante

Adereços: Marcílio Vital, Marcelo Félix, Tham Toscano, Nana Rodrigues, Zenildo Marques e Rauan Vieira

Produção executiva: Soraya Ayres

Arte NAIF: Adriano Dias

Direção, composição musical e dramaturgia: Nana Rodrigues

Direção musical: Xande Viajante

(Da Redação)