Artesãos pedem mais divulgação e estacionamento no Salão de CG

Artesãos pedem mais divulgação e estacionamento no Salão de CG

Eventos - 26, junho, 2017

 

Artesãos que estão entre os 335 participantes do 26º Salão de Artesanato da Paraíba, que começou em Campina Grande no dia 18 deste mês e segue até o domingo (2) se disseram insatisfeitos com os resultados das vendas no evento. Disseram que o movimento tem sido fraco e reputam isso a aspectos como falta de divulgação e inexistência de um estacionamento.

Este ano, a edição de inverno do salão de artesanato organizado pelo Governo do Estado foi instalada no prédio onde havia uma tradicional concessionária de veículos, a Cavesa, localizado na Rua Miguel Couto, na esquina com a Rua Dr. Severino cruz, que margeia o Açude Velho.

A localização é das melhores – fica bem próximo a uma das entradas para o Parque do Povo, o epicentro do ‘Maior São João do Mundo’ – mas segundo os próprios artesãos, o 26º Salão de Artesanato sofre por deficiência na divulgação e de infraestrutura.

A inexistência de estacionamento no local parece ser o maior dos problemas. As vias em seu entorno são muito movimentadas e não oferecem espaço, o que segundo os artesãos, desestimula a visitação.

Uma artesã disse que as vendas não têm chegado a 10% do volume do ano passado, embora a organização do evento tenha divulgado que nos dois primeiros dias o salão tenha vendido R$ 60 mil.

“Nossas expectativas este ano já começaram muito baixas, pela demora e pela falta de informação de onde seria o salão. Não temos um estacionamento específico, não temos pessoas para recepcionar os visitantes – era necessário colocar um trio de forró pé de serra para chamar a atenção”, disse a artesã, que como outros não quis se identificar. Os comerciantes também reclamam do espaço dos estandes.

Ela reconheceu que o fluxo de visitantes não é ruim, mas disse que a proporção de turistas é menor, o que para ela é culpa da falta de divulgação. A artesã também reivindicou mais shows no ambiente do salão como atrativo aos visitantes.

Elogios

A gestora do Programa de Artesanato da Paraíba, que realiza anualmente as duas edições do Salão de Artesanato, Lu Maia, disse que, apesar das dificuldades, o evento foi montado e tem sido elogiado pelos visitantes.

“No próprio domingo, quando abrimos às 7 horas, em duas horas entraram 1.734 pessoas. As vendas não foram lá essas coisas, até por conta do tempo. Mas as pessoas chegaram aqui com muito entusiasmo, gostaram do que viram, fomos elogiados pela organização. Mesmo com as dificuldades, mantemos o padrão de trabalho, não deixamos cair. O salão está aí e todos com seus espaços para escoar no sua produção”, avaliou a gestora.

Lu Maia disse que o papel do Estado é montar o salão e o do artesão é de estar no seu estande, atendendo bem ao cliente e conversando com ele. Esse esforço, segundo ela, ajuda na divulgação do próprio evento, que já tem mídia televisiva, radiofônica, cartão postal e redes sociais. Sobre apresentações artísticas Lu Maia disse que o salão tem sim uma programação, que é realizada nos finais de semana.

A respeito de estacionamento, ela lembrou que o salão em Campina Grande nunca ofereceu essa infraestrutura, por falta de local. Neste ano, o lugar onde está instalado o salão foi cedido pelo senador Raimundo Lira, proprietário do imóvel, enquanto no ano passado, o Estado teve que desembolsar o aluguel do imóvel na Avenida Brasília – hoje custando em torno de R$ 80 mil a R$ 100 mil. “Se tínhamos um orçamento de R$ 500 mil, não havia como gastar essa quantia só no aluguel”, justifica.

No que diz respeito à segurança, Lula Maia disse que a Polícia Militar tem feito rondas também na área do salão para garantir a integridade do evento e dos seus visitantes.

Hospedagem dos artesãos

Os artesãos reclamam também porque têm que bancar as suas hospedagens, porque muitos não são de Campina Grande. Sobre isso, Lu Maia lembrou que, antes de 2014, os artesãos eram hospedados em galpões e passaram a ficar hospedados em hotel, com café da manhã e infraestrutura melhor. “Neste ano, as vacas estão magras ele ficaram sem alojamento, então sentiram. Orientamos que eles se organizassem em grupos para baratearem seus custos de hospedagem, e eles conseguiram isso”.

A gestora do PAP disse que o Governo do Estado tomou todas as medidas para garantir a realização do Salão de Artesanato. “Dentro do Brasil não existe uma feira que dure mais de 12 dias. Aqui, estamos fazendo com 15, no ano passado foram 17. O nosso salão, o mínimo que ele já durou foram 12 dias numa das edições em João Pessoa”.

O que vimos

Na sexta-feira, quando o Festar esteve no Salão, o fluxo de visitas era considerável. O espaços nos estandes está menor e estacionar realmente parece ser um problema para quem chega mais tarde. Entretanto, o fato do salão estar muito próprio ao Parque do Povo dá ao visitante a condição de estacionar no mesmo ponto para visitar os dois eventos: o artesanato e o São João.

O 26º Salão de Artesanato está a metros do Açude Velho, do Museu de Arte Popular, do monumento a Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro e do Memorial dos 150 anos de Campina Grande.

Quem visita o espaço pode encontrar trabalhos em diversos materiais, como madeira, couro, cerâmica, metal, renda renascença, crochê, algodão colorido, além de brinquedos, ornamentos, arte indígena, trabalhos de habilidade manual.

 

(Reportagem: Snides Caldas / Redação: José Carlos dos Anjos Wallach)