Beatmaker paraibana no time do Red Bull Music Pulso

Beatmaker paraibana no time do Red Bull Music Pulso

Eventos - 23, abril, 2019

 

A DJ Luana Flores é um dos artistas escalados pelo projeto Red Bull Music Pulso 2019, uma ocupação musical que começou no dia 2 deste mês e vai até este domingo (28). Uma das poucas beatmakers nordestinas, Luana foi convidada por uma das curadoras do evento, a repentista pernambucana Jéssica Caitano.

Ao longo de todo este mês, 25 artistas independentes discutem o futuro do rap e seu encontro com outros estilos. Pela programação do Pulso, o público tem acesso ao resultado dessas experimentações por meio de palestras, workshops, os sets dos DJs e shows gratuitos.

Todos os artistas foram selecionados por cinco curadores: Akin Deckard (fundador do coletivo Metanol e produtor conhecido da noite underground paulistana), Jéssica Caitano (rapper e repentista de Pernambuco, líder do grupo Radiola Serra Alta), Mayra Maldjian (DJ do coletivo feminino Rimas & Melodias), Nyack (DJ paulistano de rap e R&B) e Rappin’ Hood (um dos maiores nomes do rap nacional). (Leia mais sobre o evento aqui)

O beatmaker é a pessoa que produz batidas, seja para o hip hop, seja para outros estilos. Atua como uma espécie de produtor musical, construindo instrumentos com elementos percussivos e melódicos. A didática é da própria Luana.

O evento

A paraibana explica que o projeto é uma ocupação/residência artística no prédio da RedBull Station, no centro de São Paulo. O grupo de artistas escalados foi dividido em cinco times, liderados por curadores.

“Meu time é formado por artistas do Nordeste. Como resultado dessa vivência temos que produzir dois shows e entregar dois singles que serão lançados pelo selo da RedBullMusic”, revela Luana Flores.

Também percussionista, Luana acredita que a participação no evento lhe dá mais bagagem, conhecimento e traz reafirmação. “Vou seguir meu trabalho como beatmaker tendo mais espaço e visibilidade, e acreditando na música como uma ferramenta de revolução social”.

O início

Luana começou a lidar com música em 2007, tocando bateria. Depois aventurou-se na percussão e alguns instrumentos melódicos. “Em 2016 me identifiquei com a arte de discotecar, e no ano seguinte descobri a produção musical, que me possibilitava tocar a criar loops de vários instrumentos, tudo ao mesmo tempo”, conta.

Ela atualmente tem um estúdio em casa, onde grava suas músicas e produz as batidas. Luana acha que esse é um campo em crescimento, porque se tornou uma área bem democrática. “A informação sobre essa arte tem circulado mais rapidamente via internet. Ainda que seja, ainda, um universo majoritariamente masculino, algumas mulheres estão ocupando esse espaço”.

Luana atua em eventos no Centro Histórico – onde se concentram os espaços culturais alternativos – no bairro Castelo Branco e na praia. Suas principais influências são as mestras da cultura popular e os DJs que trabalham misturando beats eletrônicos com ritmos da cultura nordestina, como Chico Correa e Furmiga Dub.

(José Carlos dos Anjos Wallach)