Caravana inicia mobilização regional por fortalecimento do forró

Caravana inicia mobilização regional por fortalecimento do forró

Música - 10, dezembro, 2017

 

Uma comitiva de artistas, professores e ativistas culturais partiu logo cedo deste domingo (10) de João Pessoa para levar a bandeira do forró de raiz Nordeste a fora. São 23 pessoas que integram a caravana que disseminará em Maceió, Aracaju e Salvador as ideias, encaminhamentos e conteúdo discutidos na Capital paraibana durante o 2° Fórum Nacional de Forró de Raiz e 1° Encontro Nacional de Forrozeiros, realizados em novembro.

Joana Alves, principal articuladora desses eventos e uma das grandes defensoras do ritmo nordestino, disse que o calendário de discussões itinerantes levará a comitiva a se reunir ainda neste domingo com ativistas e artistas do Alagoas. Na segunda-feira, o grupo chega a Aracaju e, na terça, a Salvador.

Entre os dias 20 e 22 do mês passado, os eventos realizados em João Pessoa reuniram estudiosos, artistas, produtores e autoridades governamentais e políticas. Um dos pontos importantes foi a realização da audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), do Senado Federal, que ouviu representantes de entidades, forrozeiros e gestores para engrossar a campanha pela definição das matrizes culturais do forró.

“Isso é uma reação necessária. Nossa música regional perdeu espaço e, se não nos mobilizarmos, o forró será deixado de lado”, disse Joana Alves para justificar a mobilização artística em torno da música mais nordestina de todas.

O objetivo

Nas próximas semanas será divulgada a ‘Carta de João Pessoa’, com todo o conteúdo dos debates. Os eventos tiveram o objetivo de aglutinar a classe artística e política em torno da luta para tornar o forró de raiz patrimônio cultural imaterial do Brasil.

Processo que pede esse reconhecimento está no Iphan desde 2011 parado por falta de recursos financeiros e de pessoal, como revelou o representante do instituto, Hermano Guanaes. Segundo ele, será um trabalho exaustivo de pesquisa antropológica, que não tem um prazo estipulado para conclusão. Dar sequência a essa tarefa depende da destinação de verbas e isso vai requerer mobilização, como ficou claro nas discussões.

(José Carlos dos Anjos Wallach)