A chuva – tão esperada nesses tempos de seca – veio justo numa hora não tão propícia, parecia que ia por água no rubacão. Mas ela não atrapalhou em nada e o bloco que nasceu da energia da Dona Socorro e da guerrilha cultural do Grupo Raízes novamente foi à avenida arrastando milhares.
O Rubacão da Socorro fez um sábado pós-carnaval de luxo em Campina Grande. Proporcionou um bom show com conteúdo musical de raiz na Vila do Artesão, onde os foliões dançaram ao som dos cocos e cirandas entoados pelos ótimos grupos Coqueiro Alto e JB do Coco & Coletivo Tirinete.
A concentração foi uma festa, muito colorida, gente animada, que gosta de confraternizar. Um dos aspectos bacanas é que, a cada ano, os foliões desse bloco estão entrando ainda mais no clima e elaborando suas fantasias. Com isso, muita gente se pintou, se vestiu com vários temas e coloriu mais a avenida.
Linda, leve e solta
Sobre o trio Backstage, do cantor Capilé, a rainha do desfile foi Gitana Pimentel. Vestida com o tema do bloco – ‘Rubacão na Copa’ – a cantora encaixou um repertório certinho para o desfile, com marchinhas, frevos e axés. E fez os quase 2,5 km de percurso, da Vila até o Parque do Povo, com astral lá em cima.
Gitana fez o percurso e ainda cantou por algum tempo no PP. Em seguida, quem assumiu o trio foi o grupo Forró Campina, que fez misturou o ritmo junino ao carnavalesco, também com bom repertório e boa apresentação. O animado Carlos Perê fez o show de encerramento, tocando mais frevos, algumas autorais e convocando os foliões já para o próximo ano.
Muita luta
Ano após ano, o bloco tem demonstrado uma capacidade muito grande de engajamento. Mas, neste ano particularmente, o Rubacão mostrou que é forte e muito importante no movimento cultural do carnaval de rua de Campina.
Até chegar o momento do desfile no último sábado, os dirigentes e voluntários do Rubacão da Socorro tiveram que superar inúmeras dificuldades. São obstáculos muito comuns aos que batalham pela manutenção da cultural local. Falta sobretudo recursos para bancar a estrutura.
Parte dos custos do desfile ainda estão a descoberto, o que indica que a segunda parte da luta desses guerreiros culturais segue após o ‘reinado de Momo’. Produzir um carnaval de rua com a qualidade que o Rubacão o fez já é motivo de sobra para o poder público e a iniciativa privada local ajudarem. Houve patrocinadores, mas ainda é necessário mais para fortalecer o bloco e, consequentemente, o carnaval campinense, que está no rumo certo.
A edição deste ano do Rubacão teve patrocínio de Aury Matias Hair Style, Bar do Nilson, Wellington do Queijo, Paraíba de Prêmios, Cerveja Itaipava, Vila do Artesão e Riva Auto Car. A Secretaria de Desenvolvimento do município também deu apoio ao evento.
(Texto e fotos: José Carlos dos Anjos Wallach e Snides Caldas)