O que mais se quer num bloco de carnaval? Ora, ora, além de música, um clima de folia coletiva, alegria. A gente quer carnaval de rua, mas que a rua fique parecida com um salão, com todo mundo junto, mas em liberdade. Sem paredes e com a liga inconfundível do calor humano.
‘As Raparigas de Chico Buarque’, conseguiram isso novamente em seu sétimo ‘desfile parado’. Transformou a Avenida dos Tabajaras, no Centro de João Pessoa, em salão de Carnaval, atraiu grande público e mostrou que ano após ano tem conseguido mais adesões.
A trilha sonora do compositor que lhe dá o nome garante ao bloco uma das melhores trilhas musicais entre os que fazem o Carnaval de Rua da Paraíba – embora o som precise ser melhorado (mas isso é a parte técnica da coisa, que implica desde aparelhamento até patrocínio). O palco ficou um pouco baixo e comprometeu a visão de quem estava longe dele, do outro lado da rua e os barzinhos e food trucks poderiam ter sido postados na calçada , deixando o canteiro central para o folião (mas esses também são acertos que se vai descobrindo).
O fato é que Chico Buarque novamente reinou do começo ao fim nas vozes dos artistas locais escalados para a festa. O bloco manteve a proposta que o mantém único no formato ‘concentra, mas não sai’. Num sábado de Zé Pereira, com a superconcorrência dos vizinhos Olinda (com suas ladeiras coloridas) e Recife (do Galo da Madrugada) é uma proeza só conseguida com conteúdo. É isso que o ‘Raparigas de Chico’ tem e com certeza deve estar maior no ano que vem.
(José Carlos dos Anjos Wallach)
