Di Melo prepara mais dois discos e diz que está a mil

Di Melo prepara mais dois discos e diz que está a mil

Música - 10, outubro, 2016

 

“Estou no meu melhor momento. Ontem mesmo estava em Recife e me dei um presente. Na sequência comecei a escrever. Esse estalo é perpétuo”. Vendo assim, a frase parece falta de modéstia, mas partindo de Di Melo é bem encaixada.

Afinal, são 400 músicas escritas (e não gravadas) e uma produção que não para. Em março deste ano, após uma parada desde 1975 quando produziu a obra que o apresentou como um dos grandes nomes do funk nacional, o pernambucano trouxe ‘O imorrível’, montado com 12 dessas obras inéditas, e que está está sendo lançado com turnê pelos Estados.

Mais dois discos estão sendo preparados simultaneamente com material desse acervo inédito que o artista colecionou aos longo dos últimos 40 anos fora dos holofontes da mídia.

“Estou dando seguimento à carreira que, de certa forma, eu meio que havia deixado de lado. Tenho dez CDs catalogados. Das 400 músicas, 12 foram feitas com Geraldo Vandré, uma com Baden Powel, duas com Jair Rodrigues, uma com Vando, algumas com Valdir da Fonseca, dois livros compilados – ‘A ninicrônica da mulher instrumento’ e ‘O bicho voador’”, contabiliza o artista.

Sobre os discos que estão no forno, Di Melo não deu detalhes, mas algumas pistas: “Tenho várias ramificações em música, faço várias linhas. Então é uma fusão de tudo: eu canto um samba, um clássico, uma bossa nova, eu canto um rock, samba rock, soul music”.

Na entrevista que concedeu ao Festar na noite do sábado (8), pouco antes do show que fez no Ateliê Elioenai Gomes, em João Pessoa, Di Melo, disse que a agenda para lançar ‘O imorrível’ prevê shows agora em São Paulo, Manaus e Rio de Janeiro.

Em altíssimo astral para o show, Di Melo preferiu não falar sobre política e evitou comentar do atual momento vivido pelo país: “Eu prefiro não responder a essa pergunta. Sou um reles entendedor de vida. Deixa que eles se deem sequência, aí se verá o que vem”.

No Ateliê

Di Melo e banda fizeram o show mais esperado da semana em João Pessoa. Ele cantou músicas do primeiro e do segundo disco, após viagem percussiva fantástica na discotecagem de quase três horas seguidas de Cassicocobra.

A noite fechou com Seu Pereira e Coletivo 401, que manteve a pista em alta tensão até às 4h do domingo (9), com rápidas e ‘nervosas’ participações dos pesos-pesados locais Vieira e Totonho.

 

(José Carlos dos Anjos Wallach e Joelma Alves)