Há cenas, objetos, amigos, cheiros e tantas outras coisas que marcam as pessoas. Todo mundo é assim. Há épocas inteiras que marcam gerações inteiras. Foi assim nos Anos 50, 60, 70 e, também nos 80, 90 e em muitos que virão.
No Facebook, fica cada vez maior o grupo ‘Anos 80 – Éramos felizes e não sabíamos’ que, como o nome projeta, procura gente que se identifique com coisas, fatos e cenas da época.
O grupo ficou tão movimentado na rede social que integrantes interessados em conhecerem-se pessoalmente cobravam-se a ideia de um encontro real; e com a autorização do administrador do grupo, a integrante e também profissional da música Suely Araújo, marcou uma confraternização para o dia 16 de agosto, no restaurante e casa de shows Vila do Porto, Centro Histórico de João Pessoa.
Ela conta que sugeriu ao administrador Marcelo Pereira adaptar seu diversificado repertório de MPB à realidade do grupo, para promover um encontro de pelo menos cem pessoas, numa lista confirmada que já ultrapassa este limite.
Programação
Com entrada ao preço de R$ 10, o encontro do grupo ‘Anos 80’ começará às 16h30 do dia 16/8, um domingo.
O repertório, explica Suely, está dividido em blocos, numa sequência rítmica progressiva, passando por todos os ritmos e encerrando com o típico forró pé de serra. Ao lado dela estarão os músicos Pedro Paz e Jairo Gomes.
“Faremos apenas um fundo musical para embalar as conversas, as brincadeiras, os risos e toda a atmosfera que envolverá os nossos queridos amigos oitenteiros, claro trazendo muita gente pra dançar também! Seremos uma cerejinha no bolo deste grande encontro!”, diz a artista.
O grupo
Situações marcantes estimulam grupos a cultivarem as lembranças, os amigos, objetos, tudo, na busca de reviver aquilo que não pode mais voltar, mas que pode ser lembrado com estilo e alegria. É assim que pensam os integrandes do ‘Anos 80 – Éramos felizes e não sabíamos’.
Criado por Marcelo Pereira, por quem também é administrado, esse grupo reúne centenas de pessoas, gente de vários lugares da Paraíba e de outros Estados. O objetivo, como explica Suely Araújo, é trazer à tona as mais diversas lembranças desse período da história e da geração que o acompanhou.
Para isso, vale todo tipo de registro – de boa fé e elegância claro – que possa estimular uma viagem no tempo. Essa viagem pode durar alguns segundos, ou ir mais além, vai depender da sensibilidade e disposição de cada um.
No caso do ‘Anos 80’, a pesquisa tem feito esse papel de teletransportar seus integrantes. Eles postam imagens que remetem à época, outros replicam, comentam e acabam cada vez conhecendo mais gente que se identifica com aquilo. Pode ser uma música de Michael Jackson, uma embalagem de produto de limpeza muito usado naqueles anos, ou até uma foto do antigo serviço de transporte Setusa, da loja Mesbla, ou de personagens de TV, do estilo de moda, de um costume de tratamento entre pais e filhos. Enfim, não há limites para os símbolos da época.
“Não sei quando o grupo foi criado, mas no dia que o descobri me autoconvidei e fui aceita”, conta Suely Araújo. Como muitos, ela foi atraída pelo nome do grupo e pela proposta implícita nele.
“Os adeptos trazem princípios e gostos apurados, preservam histórias enriquecedoras, exigentes critérios de qualidade agregados a valores morais, a simplicidade, a uma ingenuidade voluntária, e a nostalgia de tudo o que marcou. Experiências e valores que nos dias de hoje tornam-se cada vez mais escassos”, argumenta Suely.
Ela acredita que essa visão, de alguma maneira, firma em cada integrante do grupo um crédito natural de amizade. “Porque inevitavelmente certas características únicas nos tornam especiais, nos identificam, e quase que intuitivamente nos tornam confiantes uns nos outros”, completa. (Por José Carlos dos Anjos Wallach)
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