Somente o samba ‘Cancun’, do Pagodeiro Thiaguinho, traz ritmo diferente entre as 20 primeiras músicas mais executadas no Brasil em 2016 que não fosse o sertanejo. O estilo, que tem maior força na região sul do país e hoje tem grande penetração também no Nordeste, dominou a lista de execuções.
De acordo com texto do site UOL, Hedmilton Rodrigues, do site Movimento Country, atribui isso à força de organização que esse estilo musical ganhou nos últimos tempos. “O sertanejo sempre esteve na cultura brasileira, mas, até o começo da década de 1990, havia uma certa timidez para assumir o gosto por esse ritmo. Isso mudou quando o sertanejo passou a ter músicas mais dançantes e shows com mais clima de festa”, avalia.
Segundo Rodrigues, o sucesso desses espetáculos e o surgimento de casas específicas de sertanejo fizeram com que os artistas montassem estruturas empresariais fortes. “Então, o sertanejo chega naturalmente à comunicação. E as emissoras de rádio que tocam sertanejo prosperaram em audiência e em seus setores comerciais, marcando forte presença na rádio brasileira”. Para ele, os outros ritmos, se quiserem ter a presença musical que o sertanejo tem, devem seguir esse exemplo de organização.
‘Seu Polícia’ na cabeça
A Crowley, empresa que divulga o ranking de canções mais tocadas, apontou o hit da dupla Zé Neto e Cristiano como o campeão. Foram 70.615 execuções, superando ‘Infiel’ (Marília Mendonça) com 67.924, e ‘Pronto Falei’ (Eduardo Costa) com 65.509 vezes.
“Ter uma música em primeiro lugar em uma lista desse tipo é um reconhecimento com o qual a gente sonhava muito”, diz Cristiano. O primeiro lugar surpreendeu os sertanejos. “Gostamos, mas, sinceramente, não esperávamos esse sucesso”. A dupla ainda figura na lista com ‘Sonha Comigo’, em 17º lugar.
O cantor Junior Angelim, compositor do sucesso ‘Seu Polícia’, também ressalta o teor das letras sertanejas: “As músicas falam de temas simples, comuns ao cotidiano. Uma pessoa de qualquer lugar, de qualquer idade, pode se identificar com uma história de amor ou uma noitada de festa. A empatia acontece assim que o público ouve as letras”.
(Informações do portal UOL)
