Num São João invadido pela música sertaneja sulista, realizar um festival que valoriza a formação mais tradicional da música nordestina é um fato que precisa ser comemorado e estimulado.
É o caso do 1º Festival de Trios de Forró Arrochado, realizado pela Prefeitura Municipal de Queimadas, cidade vizinha de Campina Grande, berço do ‘Maior São João do Mundo’, onde praticamente não mais se ouve o forró autêntico.
O ‘Forró Arrochado’ realizou sua final na noite da quinta-feira (25), reunindo ótimo público onde o nordestino mais gosta de se juntar: no Mercado Público da cidade, ou na feira.
Até chegar às finalistas, o festival realizou duas eliminatórias e uma semifinal. Após as apresentações desta quinta-feira, a classificação e a premiação foram as seguintes:
1° – Trio Forró Gente da Serra – R$ 4 mil
2° – Trio Os 3 de Campina – R$ 2,5mil
3° – Trio Asa Branca – R$ 1,5 mil
4° – Trio Raízes Nordestinas – R$ 1 mil
5° – Trio Ian Sanfoneiro – R$ 1 mil
A comissão julgadora foi formada por Edglei Miguei, Capilé, Tony Dumont, Ubirajara Mariano e Rangel Júnior.
Vai ter de de novo
O prefeito Carlinhos de Tião assegurou que em 2024, vai acontecer o 2° Festival de Trios de Forró Arrochado, também no mês de maio.
Foi um festival que elevou a alto-estima do forrozeiro. Uma festa com a presença de forrozeiros, familiares, muitas crianças, artistas, inclusive da nova geração do forró e público em geral.
A expectativa é que no próximo ano outros municípios realizem os seus festivais de trios de forró, o que poderia ensejar uma grande final com os representantes de cada cidade.
Começando a perceber
Muito se fala na falta de produção que acomete os trios de forró e outros grupos de pequeno porte. Não haveria entre esses artistas uma preocupação em se produzir e vender uma imagem mais profissional do seu produto artístico. O visual é um dos pontos mais criticados.
No festival realizado em Queimadas, nos pareceu haver uma mudança nessa concepção entre os próprios trios, que passaram a se produzir melhor, desde o figurino, passando pelo maior cuidado com os arranjos musicais.
O que se viu na fase final foi uma disputa de bom nível e uma festa capaz de agradar desde o morador da cidade ao turista.
O baixo custo do Festival realizado em Queimadas é uma prova de que os recursos públicos destinados às tradicionais festas juninas nordestinas precisam ser melhor direcionadas, acabando com o investimento na invasão cultural dos ritmos que nada têm a ver com a cultura regional.
(Da Redação)
