Quem não acompanha muito a cena musical brasileira, talvez tenha ficado surpreso com o vencedor da categoria Revelação no Prêmio Multishow 2017: “Fui confiante para as outras categorias, como produção, que levei, mas foi especial ser reconhecido como revelação”, comenta Rincon Sapiência em entrevista para a revista Poder de abril.
Jovem de dradslocks, natural de Itaquera, São Paulo, e palmeirense fanático, ele deve seu nome artístico ao apelido que levou pela semelhança com o volante Freddy Rincón, ídolo do Palmeiras (e também do Corinthians).
A apresentação do rapper no festival Lollapalooza deste ano foi uma das mais comentadas e reproduzidas nas redes sociais, uma consagração. Para sua surpresa, o público dançava o “passinho do manicongo” criado por ele.
“A música preta naturalmente é dançante, nos EUA teve o Harlem Shake, o snap, o jerkin, mas aqui só vinha rima e protesto, então me sinto na vanguarda com esse passinho”, diz. Ele ainda comenta que as pessoas o encontram na rua e nem falam com ele, só olham de longe e fazem o manicongo.
Sapiência encarna seus ídolos, de Michael Jackson a Djalminha, para driblar o preconceito com a música de quebrada, como ele diz, e injetar seu estilo e ginga no hip-hop nacional. Ele vê com bons olhos como o hip-hop tem ganhado espaço na mídia, mas acredita que tem muita coisa na sombra ainda.
“Tem artista que lota qualquer auditório, mas não tem reconhecimento da crítica ou dos meios de comunicação”, conta. E ressalva: “Tem muita coisa florescendo nas ruas, muita ideia nova e boa, sou otimista”.
(Fábio Dutra, da assessoria)
