O cantor e compositor paraibano Chico Salles, 66 anos, preparava seu oitavo disco, ‘Samba Nordestino’. Ele faleceu na madrugada do sábado (25), no Rio de Janeiro, vitimado de insuficiência respiratória.
Filho de Sousa, no sertão paraibano, onde nasceu em 1951, Francisco Salles de Araújo era admirador e conhecedor de gêneros como xote, xaxado, baião e coco.
Chico Salles, ladeado pelo então ministro da Cultura Marcelo Calero e Biliu de Campina, acompanhado de outros artistas, em 2016 / Foto: Janine Moraes
Ele se mudou para o Rio em 1970, após um período de dois anos em Fortaleza. Em terras cariocas, Salles se formou em engenharia e construiu carreira artística.
Foi lá que também se apaixonou pelo samba, com o qual fez amigos e parceiros como Noca da Portela, Roberto Serrão e o comediante e músico Mussum. Este último o levou para redutos como o Buraco quente da Mangueira e o Cacique de Ramos. Os dois fundaram o bloco Elas e elas, em 1985, em Jacarepaguá.
Estreia como cantor
Depois de quase três décadas atuando apenas como compositor, Salles — que se intitulava “cantador, violeiro, forrozeiro e cordelista” — estreou em disco como cantor em 1997, com ‘Confissões’.
Cinco anos mais tarde viria ‘Nordestino carioca’, álbum onde retomava suas raízes nordestinas. O músico ainda lançaria o pé-de-serra ‘Forrozando’ (2005), ‘Tá no sangue e no suor’ (2007), ‘O bicho pega’ (2009) — os três produzidos por José Milton — e ‘Sergio samba Sampaio’ (2013), com produção de Henrique Cazes e participação de Zeca Baleiro, Fagner e Zeca Pagodinho.
Seu trabalho mais recente foi ‘Rosil do Brasil’, em homenagem ao compositor pernambucano Rosil Cavalcanti.
Salles recebeu em 2008 o título de cidadão honorário do Rio. Ele deixa mulher, três filhos e netos. O velório foi realizado na tarde deste sábado, no Cemitério do Catumbi.
(Da Redação, com O Globo e redes sociais da família do artista)
