Fórum convoca forrozeiros para debater cachês do São João

Fórum convoca forrozeiros para debater cachês do São João

Eventos - 5, outubro, 2018

 

Uma reunião coordenada pelo Fórum Nacional de Forró de Raiz, com a presença de forrozeiros locais e de representantes de outras instituições, como a Universidade Estadual da Paraíba, e movimentos como o Rota do Forró, tentará fechar uma proposta a ser levada à empresa Aliança, que comanda a realização do Maior São João do Mundo.

Esse encontro se dará a partir das 9h deste sábado (6), no Museu Assis Chateaubriand, ao lado do Terminal de Integração, no centro de Campina Grande. Todos os forrozeiros da cidade e região estão sendo convidados, pelas redes sociais e contatos entre eles próprios, para participar da discussão.

A coordenadora do Fórum Nacional, Joana Alves, vai dirigir os debates. Segundo ela, o objetivo é reunir sugestões que coloquem critérios claros e justos para a contratação de bandas e trios de forró locais para o evento. Do encontro sairá uma proposta geral a ser apresentada à empresa contratada pela Prefeitura Municipal para montar e explorar a festa.

Cachê e espaço físico

Entre vários pontos a serem discutidos, os de maior polêmica se referem ao cachê a ser pago aos artistas regionais e a estrutura disponibilizada para suas apresentações dentro do Maior São João do Mundo.

“Estamos levando uma minuta de edital para iniciar as discussões. Sobre cachê, vamos tomar por base o que já acertamos com a Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), mínimo de R$ 3 mil para os trios de forró. Além disso, devemos definir uma estrutura de qualidade para as apresentações desses grupos, com bom palco, visibilidade, equipamentos de som e iluminação de qualidade”, explica Joana.

Joana Alves (Fórum Nacional) e Geovane Jr (Rota do Forró) estarão na reunião no Museu Assis Chateaubriand

Alfranque Amaral, pai dos garotos que formam a banda mirim de forró Caacttus e um entusiasta da cultura musical nordestina, diz que há margem para aumentar o valor mínimo do cachê: “Vou propor um piso de R$ 5 mil. Acho que atualmente a festa paga R$ 500, o que é uma vergonha”.

Em contrapartida, diz a coordenadora do Fórum, os grupos deverão melhorar a própria produção: “É preciso adotar postura mais organizada, profissional. Isso vai desde a vestimenta, até o planejamento da própria apresentação. Afinal de contas, o artista está expondo seu produto”, argumenta Joana Alves.

Início do diálogo

Após assumir o comando do Maior São João do Mundo e realizar a festa por dois anos seguidos sem levar em conta opiniões e necessidades dos artistas locais, foi a própria Aliança que propôs o início do diálogo com as entidades representativas desses artistas.

Primeira reunião do Fórum do Forró de Raiz em Campina, na sede do Festar Muito

“Foi uma das artistas ligada à Associação de Forrozeiros de Pernambuco, que participou do São João de Campina, que sugeriu à direção da empresa ouvir os artistas de Campina Grande. Há dois meses conversei com o diretor Luiz Otávio, em Recife. Eu me propus então a conversar com os forrozeiros para repensar como fazer o São João”, conta Joana Alves.

Ela disse que, uma vez fechada a proposta construída com os artistas locais, vai sugerir que a reunião par apresentá-la aos dirigentes da empresa Aliança seja realizada em Campina, sede do maior evento do Brasil, com a participação das entidades dos artistas, forrozeiros e o prefeito Romero Rodrigues.

(José Carlos dos Anjos Wallach)