Fórum propõe teto de R$ 200 mil para cachês no SJ

Fórum propõe teto de R$ 200 mil para cachês no SJ

Eventos - 8, outubro, 2018

 

Os cachês pagos às atrações do ‘Maior São João do Mundo’ não deverão ficar abaixo de R$ 5 mil e nem superar os R$ 200 mil. Esse foi um dos pontos discutidos e aprovados na primeira rodada de discussões promovida pelo Fórum Nacional de Forró de Raiz.

O encontro realizado no último sábado (6), no Museu Assis Chateaubriand, em Campina Grande, reuniu forrozeiros e instituições. Uma nova reunião dará continuidade às discussões para fechar uma proposta de edital que será apresentada à Aliança, empresa contratada pela Prefeitura de Campina Grande e que há dois anos é a realizadora da festa.

“Essa proposta é de um edital específico para o São João de Campina”, explica Joana Alves, coordenadora do Fórum Nacional, que participou do encontro, ao lado de representantes da UEPB e do movimento Rota do Forró.

Entre os participantes do primeiro encontro estavam José Cristovão de Andrade (pró-reitor de Cultura da UEPB), Henrique Sampaio (Nuplar/UFPB), o cantor Geovane Junior, Joana Alves (produtora cultural e coordenadora do Fórum Nacional do Forró de Raiz), Agnaldo Barbosa dos Santos (grupo Acauã da Serra/UEPB), o professor e ativista cultural Alfranque Amaral da Silva e Lucinei Cavalcanti (Paraíba Convention Bureau e Associação dos Comerciantes do Maior São João do Mundo).

Força ao regional

Outro ponto definido na primeira reunião estabelece que 70% da verba destinada pelo evento à contratação de artistas sejam direcionados aos artistas eminentemente identificados com o legítimo forró regional (aqueles cuja obra se identifica com a cultura do Nordeste). Os 30% restantes podem ser gastos com atrações de outras regiões.

O conteúdo do edital segue o conceito de valorização da arte nordestinas e seus artistas, uma bandeira defendida pelo Fórum Nacional do Forró de Raiz, que atualmente tenta junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o reconhecimento do forró como patrimônio cultural e imaterial do Brasil.

Infraestrutura igual para todos

A coordenadora do Fórum, Joana Alves, defende que não haja diferenciação entre os palcos do Parque do Povo. Segundo ela, os artistas, independente da fama e do tamanho do público que atraem, precisa ter palcos com as mesmas dimensões e condições técnicas de som e iluminação.

“Acho que deveriam acaba a nomenclatura ‘palco principal’. Os locais de apresentação têm que estar nas mesmas condições para todos os artistas”, afirma Joana. Ela também prega que os artistas se qualifiquem: “É preciso adotar postura mais organizada, profissional. Isso vai desde a vestimenta, até o planejamento da própria apresentação. Afinal de contas, o artista está expondo seu produto”.

Diálogo

Foi a própria Aliança que propôs o início do diálogo com as entidades representativas desses artistas, dois anos após assumir o controle da organização do ‘Maior São João do Mundo’. “Há dois meses conversei com o diretor Luiz Otávio, em Recife. Eu me propus então a conversar com os forrozeiros para repensar como fazer o São João”, conta Joana Alves.

A ativista cultural disse que vai propor a realização de uma reunião em Campina Grande para apresentar a proposta de edital que for fechada nas discussões com artistas e entidades. “Dessa reunião participariam a direção da Aliança e o prefeito Romero Rodrigues”, sugere.

(José Carlos dos Anjos Wallach e Snides Caldas)