Sonora Brasil começa segunda com grupos de coco de cinco Estados

Sonora Brasil começa segunda com grupos de coco de cinco Estados

Música - 3, agosto, 2017

 

A rusticidade musical dos cocos e a tradição das bandas de música estarão no Sonora Brasil, projeto temático do Sesc, que chega à 20ª edição para o biênio 2017/2018. Neste ano, o tema ‘Na pisada dos cocos’ está sendo levado em apresentações culturais no Nordeste e Norte do país, enquanto o tema ‘Bandas de música: formações e repertórios’ tem cronograma no restante das regiões. Em 2018 haverá a inversão.

Na Paraíba, as apresentações ocorrerão em João Pessoa, Campina Grande e Guarabira, começando nesta segunda-feira (7). (Veja programação abaixo)

Coco do Iguape (CE), formado por pescadores artesanais liderados pelos mestres Raimundo da Costa e Chico Caçoeira / Foto: Jr. Panela-Divulgação Sesc

O que é

O Sonora Brasil tem leva ao público expressões musicais pouco difundidas que integram o cenário da cultura musical brasileira.

Nesse contexto há os cocos e sua ampla variedade: coco de roda, samba de coco, coco zambê, coco de pareia, coco furado, coco de embolada. Trata-se de uma expressão lítero-cênico-musical típica do Nordeste.

Para mostras os cocos, o projeto do Sesc levará a essas apresentações dois grupos que praticam cocos do litoral e dois do interior.

“É uma prática coletiva que envolve, na maioria das vezes, grupos mistos, formados por homens e mulheres, que são encontrados em áreas urbanas e na zona rural, inclusive em aldeias indígenas e comunidades quilombolas, onde a dança e a música, integradas, estão presentes nos terreiros, nas festas populares e em ritos religiosos”, descreve o catálogo do projeto, uma edição bem cuidada e didática, que apresenta os grupos participantes do projeto e conta suas histórias.

O catálogo traz belas fotos, letras de música e repertório e o programa do tema ‘Na pisada dos cocos’.

 

 

Pisada: sonoridade e cultura do trabalho

Nos grupos de coco, cantadores e dançadores são acompanhados ora por instrumentos de percussão como bumbo, ganzá, pandeiro, caixa, etc., ora por palmas ou pela batida dos pés que marcam o andamento, simulando a pisada que prepara o chão batido, atividade praticada nos mutirões de trabalho, a que se atribui essa característica da dança.

 

 

 

Samba de Pareia da Mussuca: grupo do município de Laranjeiras, próximo a Sergipe, formado por remanescentes de quilombolas, que vivem da pesca e da cata de crustáceos / Foto: SNAPIC – Divulgação Sesc

Programação

Nesta edição do Sonora Brasil, estarão circulando os grupos Coco de Zambê (RN), Samba de Pareia da Mussuca (SE), Coco do Iguape (CE) e Coco de Tebei (PE).

Nas apresentações há também participações de grupos locais. Na Paraíba, por exemplo, se apresentarão os grupos locais Coco do Mestre Benedito (coco de roda), Coco de Gurugi e o Coqueiro Alto (grupo formado em Campina Grande).

Também haverá a oficina ‘Da pisada ao verso’, com o pernambucano Adiel Luna, que realiza workshops e palestras em todo o Brasil, atuando como articulador de grupos de coco em vários Estados.

 

Coco de Zambê, grupo de Tibau do Sul, litoral norte-riograndense; dança chegou aos engenhos de cana e colônias de pesca levada por escravos africanos / Foto: Pablo Pinheiro – Divulgação-Sesc

JOÃO PESSOA – Sesc Centro – 15h

7/8 – Coco de Gurugi (PB) e Coco de Zambê (RN)

8/8 – Coco do Mestre Benedito (PB) e Coco do Iguape (CE)

9/8 – Coco do Tebei (PE)

10/8 – Adiel Luna (aula espetáculo) e Samba de Pareia de Mussuca (SE)

19h

10/8 – Oficina ‘Da pisada ao verso’ – Adiel Luna

CAMPINA GRANDE – Teatro do Sesc – 20h

8/8 – Coco de Zambê (RN)

9/8 – Coco do Iguape (CE)

10/8 – Coco do Tebei (PE)

11/08 – Coqueiro Alto (PB) e Samba de Pareia da Mussuca (SE)

17h

11/8 – Oficina ‘Da pisada ao verso’ – Adiel Luna

GUARABIRA – Sesc – 20h

9/8 – Coco de Zambê (RN)

11/8 – Coco do Tebei (PE)

 

(José Carlos dos Anjos Wallach)