Tinha gente esperando desde as primeiras horas da manhã e os ingressos acabaram em minutos. Muita gente ficou sem. Os dois concertos que o compositor Geraldo Vandré fará nestas quinta e sexta-feira (22 e 23) ao lado a Orquestra Sinfônica da Paraíba no Espaço Cultural, em João Pessoa, terão casa lotada.
Já se sabia o que muitos ficariam de fora desse espetáculo, já que o local escolhido para o recital foi a Sala de Concertos Maestro José Siqueira. A opção foi de Vandré, como revelou o próprio artista durante a entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (21).
O Governo do Estado, que promove o espetáculo, sugeriu que o concerto-recital fosse realizado no Teatro Pedra do Reino, no Centro de Convenções, mas Geraldo Vandré não aceitou. Ele explicou que preferia realizar o concerto em várias datas para atender o máximo de público possível a ter que enfrentar uma plateia massiva em local mais amplo.
Na entrevista, os organizadores divulgaram o programa do evento e anunciaram a publicação da 1ª edição brasileira de um livro lançado pelo compositor em 1973, durante seu exílio no Chile.
Vários fatores geraram grande expectativa
Alguns fatores ajudaram a criar muita ansiedade em torno do espetáculo: Geraldo Vandré está entre os nomes mais icônicos da música brasileira; é um símbolo na luta contra a opressão desde a ditadura militar que governo o país por 25 anos; e volta ao palco 50 anos depois, justamente num momento político dramático vivido pela nação.
Vandré recebeu a imprensa no espaço onde se apresentará. Do lado de fora, um grupo de fãs entoou a sua célebre composição ‘Caminhando – Pra não dizer que não falei de flores’, protestando contra as poucas vagas para os dois espetáculos. Vandré levantou-se e foi até eles para explicar a situação. Até o final da entrevista, a organização do evento não fez qualquer menção sobre novas datas.
(Por José Carlos dos Anjos Wallach)