O cara vez por outra some por alguns minutos. Volta tranquilo, como se nada tivesse acontecido, e segundos depois surgem postagens nas redes sociais com belas fotos do entardecer e legendas que mais parecem versos. Alguns companheiros de redação se perguntavam: “Será que ele tá apaixonado?”.
Bem, pode até ser isso, mas o fato mais novo em relação ao jornalista Clóvis Roberto Lopes é sua estreia como letrista. Seus primeiros versos acabam de ser musicados pela cantora Gabriella Grisi.
‘Beijo de metal’ é a primeira letra musicada, mas há outras, diz Clóvis, que coordena a redação do jornal impresso Correio da Paraíba. Uma postagem no Instagram surpreendeu os colegas. Gabriella Grisi está em vídeo apresentado a versão musicada da letra feita por Clóvis.
“A primeira parceria musical”, escreveu o autor num dos comentários da postagem. Em seguida, belo bate-papo ele nos disse que postou a primeira versão da letra no Facebook e Gabriella curtiu e perguntou se poderia musicar.
“E disse que claro, e que poderia até alterar. Ela fez em uma madrugada a música, depois fez uma alteração, cortou parte que não rendia para música e tava faltando definir uma frase”, conta o jornalista e compositor nem tão iniciante assim. Na noite da terça-feira (21) a dupla concordou com a versão final.
Vem mais?
Sobre a possibilidade de virem mais músicas a partir de suas incursões nos versos, Clóvis Roberto respondeu: “Calma com o andor. Se não fosse ela (Gabriella) não tinha música. O talento musical é de Gabi e não canto nem a pau, afugentaria as pessoas”.
Modéstia à parte, Clóvis é uma pessoa daquelas que a agente pode dizer um ‘Bacana’, assim com letra maiúscula mesmo. É um profissional criterioso no jornalismo e tem uma característica que poucos têm hoje em dia, que é de observar, prestar atenção e procurar aprender e somar.
Também não é daquela gente mal humorada: “Tenho oficialmente 46 anos, mas passo por 20 fácil”, brinca. Mas é verdade (se colocarmos mais dez sobre os 20). Sim, um aviso: para as futuras fãs, o homem tá solteiro.
No campo das artes, acaba de nos mostrar que soube abrir a primeira porta. Vamos esperar mais, claro.
Beijo de metal
(Clovis Roberto/Gabriella Grisi)
Da faca que divide a tarde da noite
Que ilumina a lâmina e corta o sol
Quero o toque da navalha na face
Em um beijo de metal, como nunca vi igual
Enquanto sinto pequenas nuvens
E ventos se aproximarem vindos do litoral
Veículos onde escrevem versos multicores
Desenhos raros, borrões, boreal
É um fim de algo, entardecer
E mesmo começo, recomeço, um revival
E quando o frio chega, se faz presente
Segue a luz, rumo de serpente, bem e mal
(José Carlos dos Anjos Wallach)