Inventar economia, usando todo o poder da criatividade para fazer com que um determinado produto – que antes nem se sabia que existia – se encaixe bem aos olhos do mercado. Esse é o princípio da economia criativa, um termo que vem sendo largamente utilizado e estimulado, e que será o tema da Feira Internacional de Negócios Criativos e Colaborativos, que se realizará em João Pessoa, de 2 a 28 de setembro, no Espaço Cultural.
No fim de tudo, as leis do setor desembocam num movimento econômico que é natural e está entre nós há séculos: descobrir produtos, usar a criatividade e torná-lo vendável. Atualmente, esse princípio também se cerca de sustentabilidade, tecnologia e responsabilidade social.
O dicionário do setor coloca economia criativa como a soma de capital intelectual + cultura + criatividade + tecnologia, gerando valor econômico.
E é possível aplicar a fórmula em vários segmentos: se você tem habilidade artísticas ou se é fera na tecnologia da informação; se é escritor ou acha que pode ser um ás da gastronomia. Na Feira Internacional, por exemplo, estão em exposição e à venda produtos e serviços nos seguintes setores:
O tamanho da feira
Com 80 expositores e uma expectativa de 4 mil visitantes, o evento tem a missão de promover a comercialização de produtos e serviços de qualidade em 18 segmentos.
Entre o público estarão empreendedores de negócios tradicionais e negócios criativos, entidades técnicas entidades financeiras.
A Feira também vai permitir aprofundar conceitos e conhecimento de ferramentas e cases, para ampliar o entendimento do tema.
Segundo informa a gestora de Turismo do Sebrae-PB, Regina Medeiros, o projeto de economia criativa para o Estado, elaborado por ela, foi aprovado pelo Sebrae Nacional e existe desde 2018. De maneira que a realização da feira na cidade acaba sendo uma consequência natural desse trabalho.
“Essa Feira vai ser um divisor de águas, porque está trazendo palestrantes internacionais, inclusive de outras cidades criativas. Contamos com a curadoria da Lala Deheinzelin, especialista e pioneira em economia criativa no Brasil, que nos ajudou na indicação de pelo menos 11 desses nomes”, contextualiza.
Serão 22 palestras, além de oficinas, rodada de negócios e caravanas empresariais. São 99 estandes para exposição e negócios.
E também será montado o espaço Nordeste Criativo (200 m2), onde o Sebrae dos nove Estados nordestinos exporão o que há de melhor nesse âmbito.
João Pessoa, Cidade Criativa
Em 2017 a capital da Paraíba foi certificada Cidade Criativa da Unesco. O Sebrae contratou um consultor da Unesco, Eduardo Barroso Neto, que já fez esse trabalho para outras cidades. A Unesco trabalha com sete segmentos para certificar uma cidade criativa.
O dossiê contém tudo o que foi feito nos cinco anos anteriores e o que deve ser feito nos cinco posteriores – no caso de João Pessoa, no segmento de artesanato e arte popular. Para encaminhar o documento à Unesco foi necessária a assinatura do prefeito Luciano Cartaxo, já que o gestor municipal é quem encaminha a documentação à instituição.
Depois que a Unesco certificou João Pessoa, o Município contratou Eduardo Barroso Neto para coordenar e fazer acontecer o plano de trabalho de cinco anos. Caso João Pessoa não cumpra essas metas, deixa de ser Cidade Criativa.
“Acredito que o Sebrae tem dado uma contribuição grande nesse sentido”, avalia Regina.
(José Carlos dos Anjos Wallach)