Liniker apresenta primeiro álbum-solo

Liniker apresenta primeiro álbum-solo

Música - 17, setembro, 2021

As primeiras letras de Liniker partiram de cartas antigas que ela escreveu e nunca enviou. Agora, em seu primeiro disco-solo, intitulado Índigo Borboleta Anil, a cantora e compositora compartilha as suas vivências do agora.

Não é que ela não tenha olhado para o passado nessa nova construção, afinal a artista precisou se conectar com a sua ancestralidade para se colocar por inteira ao longo das 11 faixas que compõem esta estreia-solo, que é co-produzida por Liniker ao lado de Júlio Fejuca e Gustavo Ruiz.

Com a participação de Milton Nascimento, de Tássia Reis, de DJ Nyack, de Tulipa Ruiz, da Orquestra Jazz Sinfônica, de Letieres Leite e da Orkestra Rumpilezz, eis uma obra que traduz Liniker em sua completude e em tempo real. Cheio de camadas, nuances, texturas e feito para dançar, Índigo Borboleta Anil acaba de chegar aos aplicativos de streaming pela Altafonte Brasil (ouça aqui).

“Eu me vejo nele”, comenta Liniker sobre Índigo Borboleta Anil. “Quando eu o ouço, percebo que é um álbum de groove, um trabalho preto que circula bem no hip hop e, ao mesmo tempo, tem uma orquestra que poderia estar em um filme da Pixar”, ela comenta. Essa pluralidade faz com que a artista prefira não colocar o disco em uma prateleira ou em uma caixinha com uma única definição: “é um álbum de música do começo ao fim: nas pausas, nos silêncios, nos textos e nas trocas”.

“Clau” inicia a sequência e dá o tom do que está por vir. Com a presença da Orquestra Jazz Sinfônica e harpa tocada por Jennifer Campbell, a canção tem uma letra que homenageia Claudete, cachorra que a cantora adotou. Trata-se de um abre-alas sobre o cuidado e o afeto que permeiam o trabalho. “Logo no começo, apresento algo dançante e que dança do jeito que eu gosto de dançar”, revela Liniker. Na sequência, vem “Antes de Tudo”, que foi a primeira composição que a artista escreveu na vida, aos 16 anos de idade, e que teve a participação de Letieres Leite e da Orkestra Rumpilezz.

Em inglês, “Lili” é a maneira como a artista, nascida em Araraquara, no interior de São Paulo, se traduz em outro idioma. É a forma como ela pincela os sons que escutou ao longo da vida, como Diana Ross, Barry White e Stevie Wonder. “Psiu” foi um dos singles lançados previamente, assim como “Baby 95” (composta por Liniker ao lado de Mahmudi, Tássia Reis e Tulipa Ruiz) e “Presente” (esta foi apresentada pela primeira vez  no programa COLORS e, agora, chega totalmente repaginada, incrementada com novos elementos, como sopros, percussão e mpc; esta última tocada por Curumin).

“Lua de Fé” representa a intuição que é tão importante nas vivências da artista. O ponto de partida para essa criação surgiu de um abraço que ela deu na cantora e compositora Luedji Luna e, nessa troca, Liniker sentiu que a amiga estava grávida. “Eu senti a energia da criança e eu não sabia da gravidez. Acho bonito poder cantar sobre o nascimento do filho de uma contemporânea e de uma pessoa pela qual eu tenho uma verdadeira paixão artística”, diz Liniker. A canção, inclusive, entra em um campo maternal que se conecta com a faixa seguinte: “Lalange”.

Com uma introdução narrada (o texto é sobre um sonho que a artista teve), “Lalange” fala sobre a criança de Liniker e também sobre Miguel Otávio Santana, menino de 5 anos de idade que caiu do nono andar de um prédio de luxo, no Recife, e que estava aos cuidados da patroa de sua mãe, Mirtes Renata Souza. “Eu quis falar das nossas crianças, além dessas mães que estão cansadas e que não aguentam mais chorar”, compartilha. “É uma maneira de devolver essa música para minha mãe, para Mirtes e para o Miguel”, comenta. A presença da voz de Milton Nascimento dá uma dimensão ainda maior à “Lalange”. “Ter o Milton Nascimento ali, foi como olhar para a minha ancestralidade em tempo real. Frequentemente, o sonho  não é permitido para as pessoas pretas. Milton representa essa possibilidade. Eu olho para a minha criança, que é o meu passado, vejo o meu presente e olho para o futuro e, nesse fluxo, Milton é a minha seta”, define.

“Diz Quanto Custa” (escrita por Liniker com Tássia Reis, Mahmundi e Vitor Hugo) é um samba rock e entra na reta final de Índigo Borboleta Anil, trazendo o groove e a cadência que Liniker cresceu ouvindo dentro de casa. “O significado dessa música é muito especial, porque ela me diz que consegui chegar no âmago das minhas referências. É um samba rock para minha mãe dançar”, afirma. “Sou grata pela produção do Júlio Fejuca e do Gustavo Ruiz, nesse sentido. Eles trouxeram os universos deles, que, quando somados com os meus, deram muita liga. Conseguiram entender o que eu queria passar com o meu som”, complementa. “Diz Quanto Custo” traz ainda a voz de Tássia Reis, coros de Tulipa Ruiz e DJ Nyack.

“Vitoriosa” encerra Índigo Borboleta Anil em festa. É um grito em formato de samba-enredo. “Quero que a alegria seja uma condição de todas nós. Quando eu me coloco como vitoriosa, é uma forma de estar politicamente ativa também”, afirma Liniker.

Há ainda a faixa-bônus “Mel”, que mostra um pouco dos bastidores do estúdio, levando o público para dentro do processo de gravação. Foi este clima que tornou possível a concepção de um trabalho em que a voz de Liniker pudesse estar conectada com todos os instrumentos, sem precisar competir com outros sons. Um mergulho da artista que dizia não saber contar gotas e aprendeu a nadar.

Ouça Índigo Borboleta Anil 

Ficha técnica

1. CLAU (LINIKER) 04:14

VOZ e COROS: LINIKER

BAIXO: ANA KARINA SEBASTIÃO

BATERIA: SERGIO MACHADO

RHODES, SYNTH e FARFISA: FÁBIO LEANDRO

VIOLÃO: JÚLIO FEJUCA

GUITARRA: GUSTAVO RUIZ

HARPA: JENNIFER CAMPBELL

ARRANJO DE CORDAS e REGÊNCIA: RURIÁ DUPRAT

CORDAS: ORQUESTRA JAZZ SINFÔNICA*

LATIDOS: CLAUDETE BARROS

2. ANTES DE TUDO (LINIKER) 03:50

VOZ e COROS: LINIKER

BAIXO: ANA KARINA SEBASTIÃO

BATERIA: SERGIO MACHADO

RHODES: FÁBIO LEANDRO

GUITARRA: JÚLIO FEJUCA

ARRANJO DE SOPROS, PERCUSSÃO e REGÊNCIA: LETIERES LEITE

SOPROS e PERCUSSÃO: ORKESTRA RUMPILEZZ**

3. LILI (LINIKER) 04:19

VOZ e COROS: LINIKER

BAIXO: ANA KARINA SEBASTIÃO

BATERIA: SERGIO MACHADO

RHODES, SYNTH e FARFISA: FÁBIO LEANDRO

VIOLÃO e GUITARRA: JÚLIO FEJUCA

HARPA: JENNIFER CAMPBELL

ARRANJO DE CORDAS e REGÊNCIA: RURIÁ DUPRAT

CORDAS: ORQUESTRA JAZZ SINFÔNICA*

4. PSIU (LINIKER) 04:55

VOZ, COROS, WURLITZER, PANDEIROLA e KALIMBA: LINIKER

BAIXO e PROGRAMAÇÕES: GUSTAVO RUIZ

BATERIA: SERGIO MACHADO

SYNTH: ZÉ NIGRO

VIOLÃO e PROGRAMAÇÕES: JÚLIO FEJUCA

5. LUA DE FÉ (LINIKER) 03:45

VOZ e COROS: LINIKER

BAIXO: ANA KARINA SEBASTIÃO

BATERIA: SERGIO MACHADO

RHODES e SYNTH: FÁBIO LEANDRO

VIOLÃO e GUITARRA: JÚLIO FEJUCA

SOPROS: WILL BONE (SAXOFONES ALTO, TENOR, BARÍTONO, FLAUTA, TROMPETE e TROMBONE)

HARPA: JENNIFER CAMPBELL

ARRANJO DE CORDAS e REGÊNCIA: RURIÁ DUPRAT

CORDAS: ORQUESTRA JAZZ SINFÔNICA*

6. LALANGE (LINIKER) 04:18

TEXTO PRÓLOGO, VOZ e COROS: LINIKER

VOZ e COROS: MILTON NASCIMENTO

BAIXO: ANA KARINA SEBASTIÃO

BATERIA: CURUMIN

PERCUSSÃO: MAURÍCIO BADÉ (BOLACHÃO, CONGAS, ATABAQUE, SHAKER, CAMPANA, FERROS, CAXIXI, UNHAS e CHAVES)

RHODES: FÁBIO LEANDRO

VIOLÃO: JÚLIO FEJUCA

GUITARRA: GUSTAVO RUIZ

ARRANJO DE CORDAS e REGÊNCIA: RURIÁ DUPRAT

CORDAS: ORQUESTRA JAZZ SINFÔNICA*

7. BABY 95 (LINIKER, MAHMUNDI, TÁSSIA REIS e TULIPA RUIZ) 05:19

VOZ e COROS: LINIKER

BAIXO: ANA KARINA SEBASTIÃO

BATERIA: SERGIO MACHADO

RHODES: FÁBIO LEANDRO

VIOLÃO, BANJO e CAVACO: JÚLIO FEJUCA

GUITARRA: GUSTAVO RUIZ

PERCUSSÃO: DENNYS SIMPLES (SURDO, TANTAN, PANDEIRO, TAMBORIM, REPINIQUE, OVINHO, AFOXÉ, PANDEIROLA, CONGAS, CAXIXI, MARACAS, COWBELL e PAU DE CHUVA)

SOPROS: WILL BONE (TROBONE, FLAUTA, FLUGEL HORN, SAXOFONES TENOR, SOPRANO e TROMPETE)

8. PRESENTE (LINIKER) 04:59

VOZ, COROS e PALMAS: LINIKER

BAIXO SYNTH: ZÉ NIGRO

BATERIA e MPC: CURUMIN

PERCUSSÃO: MAURÍCIO BADÉ (BOLACHÃO, CONGAS, ATABAQUE, SHAKER e PALMAS)

VIOLÃO, GUITARRA e PALMAS: JÚLIO FEJUCA

GUITARRA e PALMAS: GUSTAVO RUIZ

RHODES: FÁBIO LEANDRO

9. DIZ QUANTO CUSTA (LINIKER, TÁSSIA REIS, MAHMUNDI e VITOR HUGO)

VOZ e COROS: LINIKER

VOZ e COROS: TÁSSIA REIS

CORO: TULIPA RUIZ

COMENTÁRIOS: ANGELA MARIA DE BARROS

BAIXO: ANA KARINA SEBASTIÃO

BATERIA: SERGIO MACHADO

RHODES e CLAVINET: FÁBIO LEANDRO

VIOLÃO, GUITARRA e PROGRAMAÇÕES: JÚLIO FEJUCA

GUITARRA: GUSTAVO RUIZ

SAMPLES: DJ NYACK

PERCUSSÃO: DENNYS SIMPLES (PANDEIRO, RECO DE MOLA, CONGAS e AGOGO)

SOPROS: WILL BONE (SAXOFONES TENOR e BARÍTONO, TROMBONE, FLAUTA e TROMPETE)

10. VITORIOSA (LINIKER) 04:52

VOZ e COROS: LINIKER

BAIXO: ANA KARINA SEBASTIÃO

BATERIA: SERGIO MACHADO

RHODES: FÁBIO LEANDRO

VIOLÃO 6 E 7, CAVACO, CAVACO BANDOLA E CAVACO BANJO: JÚLIO FEJUCA

PERCUSSÃO: DENNYS SIMPLES (CONGAS, CUICA, AGOGO, CAXIXI, OVINHO, TAMBORIM, REPIQUE DE ANEL, REPINIQUE, TANTAN, PANDEIRO, TAMBORICA, CHOCALHO, CAIXA, SURDO e APITO)

SOPROS: WILL BONE (SAXOFONES SOPRANO e TENOR, CLARINETE, FLAUTA, TROMBONE, TROMPETE, FLUGEL HORN e TUBA)

ARRANJO DE CORDAS e REGÊNCIA: RURIÁ DUPRAT

CORDAS: ORQUESTRA JAZZ SINFÔNICA*

11. MEL (LINIKER) 05:08

VOZ, CORO e VIOLÃO: LINIKER

COMENTÁRIOS: GUSTAVO RUIZ E JÚLIO FEJUCA

PRODUZIDO POR LINIKER, JÚLIO FEJUCA E GUSTAVO RUIZ

Gravado por Gustavo Ruiz no estúdio Brocal (SP) e por Zé Nigro no estúdio Navegantes (SP)

Sopros gravados por Will Bone no estúdio Pingado Áudio (SP)

Orquestra Jazz Sinfônica gravada por Edu Santos no estúdio Na Cena (SP)

Letieres Leite e a Orkestra Rumpilezz gravado no estúdio Casa Das Máquinas (SSA)

Milton Nascimento gravado por Aurélio Kalffmann em Juiz de Fora (MG)

Edição digital: Karen Ávila

Mixado por João Milliet nos estúdios Cada Instante (SP)

PSIU mixada por Rodrigo Sanches no estúdio Rootsans (SP)

Masterizado por Felipe Tichauer no estúdio Red Traxx Mastering (MIA)

Videomaker: Feliz Trovoada

Social Media: May Lacerda

Marketing Digital: Bmaisca

Assessoria de Imprensa: Carol Pascoal | Trovoa Comunicação

Assistência Jurídica: Alexandre Arroyo | Arroyo Advogados

Assistencia de Produção: Lus Conti

Direção de Produção: Dani Façanha | Fala Preta Produções

Produção Executiva e Management: Caru Zilber | Libertà Arte

Distribuição digital: Altafonte

Fotográfia: Caroline Lima • Assistente de Fotografia: Adrian Ikematsu • Light Designer: Edson Luciano • Coordenação de prod. de foto: Felipe Olalquiaga • Direção de Arte: karen Ka • Produção de Arte: Vandeca Zimmermann • Make: Mika Safro • Artista Capilar: Diva Green • Stylist: Victor Miranda • Assistente de Stylist: Carol Passos • Camareira: Nádia Martins • Transporte: Dênis Lacerda e Adelvan Vieira • Catering: Ivone Santos

*ORQUESTRA JAZZ SINFÔNICA: Direção / maestro – Ruriá Duprat • Tiago Costa – 2º maestro • Daniel Moreira, Flavio Geraldini, Gerson Nonato de Souza, Graziela Fortunato Rodrigues, Kleberson Buzo, Thais Morais, Uwe Kleber – 1º violino • Adam Totam, Alex Ximenes, Cintia Zanco, Ebenézer Florêncio, Gabriel Gorun, Maria Silvia Velludo, Tiago Paganini – 2º violino • Davi Rissi Caverni, Natalia Visoná, Newton Carneiro, Rafael Martinez, Renato Kutner – Viola • Adriana Salles Lombardi, Gustavo Pinto Lessa, Marisa Silveira, Sérgio Schreiber, Thiago Cabral – cello

**ORKESTRA RUMPILEZZ: solo de trompete com surdina: Joatan Nascimento • sax alto: André Becker • sax tenor: Éric Almeida • trompete: Rudney Machado • trompete: João Teoria • sax barítono: Vinicius Freitas • trombones: Gilmar Chaves • percussão: Tiago Nunes (atabaques, timbaus, agogô, shaker, caxixi e surdo)

AGRADECIMENTOS: Augusto Nascimento e Aurélio Kauffmann (produção Milton Nascimento), Emílio Souza (produção Orkestra Rumpilezz), André Padua (produção Jazz Sinfônica), Lus Conti, Anderson Carlos, Boogie Naipe, Tassi Rosa

APOIO: Nabuco Exames

(Texto de Carol Pascoal – Trovoa Comunicação)