‘Live da cachaça’ foi sucesso

‘Live da cachaça’ foi sucesso

Eventos - 8, janeiro, 2021

O Brasil tem o melhor destilado do mundo e o nome dele é cachaça. Essa afirmação é do sommelier Nelson Duarte, um dos nomes de destaque no país quando o assunto é análise sensorial e harmonização de cachaças.

Nelson foi o condutor, na noite desta quinta-feira (7) de uma transmissão inusitada: uma desgustação de cachaça online.

Ao menos 30 pessoas – entre empresários da área de bares e da produção da bebida, especialistas, representantes de órgãos fiscalizadores do Governo Federal e jornalistas – estiveram na sala aberta na plataforma Google meet para ver as explicações técnicas do sommelier e também, fazer perguntas e conhecer detalhes sobre a cultura e a produção dessa bebida genuinamente nacional.

Nelson Duarte é taxativo sobre a primazia do destilado brasileiro: “Nós temos o melhor do mundo. Se alguém tem dúvida, eu proponho uma degustação no escuro”, desafiou.

Leve e divertido, o evento ‘Baraúna Experience’ foi uma ideia que uniu a comemoração pelas premiações dessa cachaça paraibana produzida no município de Alhandra e ação de marketing.

“Nós precisamos fazer com que o brasileiro se orgulhe da cachaça”, disse o pernambucano Gilberto Freyre Neto, outro ilustre participante da inusitada ‘live da cachaça’.  

A presidente da PBTur, Ruth Avelino, disse ficar feliz por ver a cachaça paraibana atingir patamares internacionais de qualidade. “Muito bom participar de um evento assim, importante para o produto em si, mas para a Paraíba também. Sei do esforço do Engenho Baraúnas em produzir com qualidade, e acompanho o esforços dos seus donos em conduzir o empreendimento”.

No mesmo tom da valorização da cachaça como produto nacional, e sobretudo da cachaça paraibana, o empresário Gelvan Lisboa, do Terraço Lisboa, em Bananeiras, disse: “Toda vez que alguém chega ao meu restaurante e pede uma caipirosca, eu ofereço uma caipirinha”.

Gelvan já propôs a realização de um novo evento de degustação de cachaça em seu restaurante, aproveitando como armonizado um cardápio baseado na gastronomia local e regional.

Como tomar

Para o sommelier Nelson Duarte, a regra de tomar cachaça é não ter regra. “Siga o seu prazer: se lhe for bom tomá-la com gelo, faça assim. Nós não tomamos uísque com gelo?”, compara. Ele sugere que o consumidor se deixe levar pelo que lhe satisfaz, desde que harmonize a cachaça.

Cuidado

Andreia Grerk, integrante do Ministério da Agricultura, também parabenizou a Baraúnas pela excelência alcançada no sistema de produção e no resultado final e aproveitou para dar uma dica ao consumidor: “Ao observamos impurezas ao olhar a garrafa de uma bebida na prateleira, esse item já é retirado e o produtor imediatamente autuado, sem nem precisar de análise laboratorial. Então é importante que o consumidor observe a garra e olhe cuidadosamente se há impurezas no líquido, antes de levar o produto para casa”.

Infuência das madeiras

O também especialista em cachaça, Maurício Carneiro, puxou a discussão sobre o envelhecimento das cachaças e os recepientes usados para isso. Segundo ele, o envelhecimento de cachaças nordestina não é técnica que começou a ser aplicada mais amplamente há cerca de cinco anos.

Nesse momento, o debate na sala eletrônica abordou o poder que as madeiras têm na qualidade e no sabor final desses destilados.

Nelson Duarte disse que os alambiques brasileiros passaram por muito tempo sob a dependência do carvalho, com o qual são construídos tonéis de envelhecimento. Ele defendeu que haja maior exploração das madeiras nacionais – “inclusive da amazônia” – que podem contribuir com a qualidade da cachaça.

Início e mercado

O ofício de tirar cachaça da cana foi passado de avô para neto, lembra José Rodrigues, empresário dono do Engenho Baraúna: “Eu era menina e vinha meu avô fazendo aquilo. Então sonhava em ter o próprio engenho de cana e produzir cachaça”. Ele conta que fabricou os próprios equipamentos.

Hoje, a cachaça Baraúna distribui 90% de sua produção em João Pessoa. “Estamos tentando entrar em Pernambuco e mandamos pequena quantidade para o sul do país”, revela Alexandre Amorim Rodrigues, diretor de produção.

A cachaça paraibana Baraúna foi vencedora com Medalha de Ouro no 27º Concurso Mundial de Bruxelas, na Bélgica, e também Medalha de Ouro pelo segundo ano consecutivo no Concurso Vinhos e Destilados do Brasil.

Para o ‘Baraúna Experience’, cada convidado recebeu um kit para a degustação contendo uma garrafa da Baraúna Reserva Premium, Baraúna Umburana e Baraúna Tradicional, além da taça Iso.

(José Carlos dos Anjos Wallach)