Memorial Augusto dos Anjos lembra 138º aniversário do poeta

Memorial Augusto dos Anjos lembra 138º aniversário do poeta

Eventos - 25, abril, 2022

A instituição do Ano Cultural Augusto dos Anjos, pelo Governo do Estado, vai marcar um conjunto de atividades e ações voltadas à disseminação da obra e da história do poeta paraibano, considerado um dos maiores do país. O secretário de Estado da Cultura, Damião Ramos Cavalcanti, esteve no Memorial Augusto dos Anjos, em Sapé, e participou de comemoração alusiva ao 138º aniversário de Augusto, assegurando que a pasta dará apoio às “atividades e aspirações do Memorial”.
Localizado na zona rural de Sapé, na casa que pertenceu à ama de leite de Augusto dos Anjos, o Memorial reúne livros, documentos, anotações e oferece produtos com motivos que lembram a obra do poeta, que são vendidos e a renda convertida na manutenção da instituição.


Para marcar a passagem do aniversário de nascimento do sapeense mais ilustre, a Secretaria de Educação, Cultura, Turismo e Esporte do Município organizou uma programação especial e convidou autoridades.
Na manhã da quarta-feira (20), o secretário Damião Ramos Cavalcanti e o médico e escritor Astênio Fernandes (representante da Fundação Casa de José Américo) estiveram no Memorial e participaram de uma palestra coletiva, com rápido debate sobre Augusto dos Anjos, do salão de eventos do Memorial.
Augusto vivo 

“Estamos aqui para celebrar um Augusto vivo, na medida que uma instituição como essa mantém atividades que perpetuam seu patrono, e na medida em que ele é lido, declamado, homenageado”, disse o secretário Damião, que já esteve em Leopoldina, cidade mineira que abraçou Augusto e onde se encontram os restos mortais do poeta paraibano, também com memorial dedicado a ele.
A professora Maria do Socorro Aragão leu texto em que citou José Américo de Almeida, outro paraibano ilustre, para discorrer um pouco sobre o homem e poeta Augusto.
Ana Isabel de Sousa Leão, professora e pesquisadora, enfocou o aspecto mais alegre e leve de Augusto, expressado nas produções textuais para o jornal Nonevar, impresso e distribuído, no início do século passado, durante a Festa das Neves, padroeira de João Pessoa.

Aderaldo Elias, poeta e diretor do Memorial em Sapé, declamou versos de Augusto e foi o mestre de cerimônia da festa. Para ele, o legado literário deixado pelo poeta será lembrado pela eternidade, mas se tornou ainda mais atual e interessante por causa do período pandêmico, vivido nos últimos anos. 
“Augusto é tão singular, que o título da sua primeira e única obra se chama ‘Eu’. Apesar de centenária, ela nunca esteve tão atual por causa da pandemia. Quando pela primeira vez na vida algumas pessoas se sentiram compelidas a estarem a sós consigo mesmas, e mergulharem dentro do seu próprio eu, algo que Augusto o fez com muita propriedade na sua obra”, destacou.
O escritor Astênio Fernandes também abordou o aspecto mais extrovertido de Augusto dos Anjos e rechaçou a ideia de que ele foi “o poeta da morte”. Classificou Augusto como poeta da escola moderna, justificando: “Ele criou aquilo que não existia antes dele. O objeto de sua poesia está no conotativo”.
Também esteve presente o poeta, cantor e músico Chico Viola, que musicou versos de Augusto. Ele também declamou parte do poema ‘O Morcego’.
Os intervalos da palestra, debates e declamações foram preenchidos pela apresentação do acordeonista Ivan Martins, de reconhecido talento, que já se apresentou em Paris, levando a cultura de Sapé e a música nordestina. 

Banda de música

Pouco antes do início das palestras, em área ao ar livre ao lado do Memorial, os convidados assistiram à apresentação da Banda de Música Santa Cecília, mantida pela Município de Sapé. Sob a batuta do maestro Egberto Lima, 32 músicos apresentaram dobrados, músicas de Roberto Carlos e de outros autores.
Na ocasião, o secretário Damião Ramos recomendou que a banda procure os meios para ser incluída no programa de distribuição de instrumentos, através de convênio entre a Secult e a Funarte. Para isso, orientou os gestores da Secretaria de Educação e Cultura e os integrantes da banda a reunirem a documentação para que a banda se prepare para inscrição ao próximo edital a ser lançado.
Marcone Pessoa, secretário de Educação e Cultura de Sapé, agradeceu o empenho da SecultPB em apoiar as ações culturais na cidade, e revelou que a atual gestão municipal resgatou a banda de música, que estava desativada.

O escritor Aroaldo Maia, a diretor da Biblioteca de Sapé, Ana Maria, e o secretário de Cultura do Estado, Damião Ramos Cavalcanti

Livro

Na programação de comemorações foi lançado o livro ‘A Rosa no Batente’ (Editora Ideia, 220 páginas, R$ 30), de Aroaldo Maia. “Com 40 textos, essa é a minha segunda obra, que reúne crônicas memorialísticas escritas do ano passado para cá e falam sobre temas diversos, como viagens pessoais, o meu trabalho e relacionamentos”, resume o autor. 
Programação

O cronograma elaborado pela Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Turismo realizou atividades em praças, casa de recepções, Biblioteca Municipal, dirigida pela professora Ana Maria, e no Memorial Augusto dos Anjos.
A programação contemplou encontros poéticos, mesas-redondas, lançamento de livros de autores sapeenses, concertos e apresentações musicais, além da solenidade que oficializou a criação da entidade e a escolha dos patronos da Academia Sapeense de Letras, Artes e Cultura (Aslac).

Aderaldo Elias, diretor do Memorial Augusto dos Anjos

(*) Assista ao vídeo

(Da Redação)