Nick Mason sobre Roger e Guilmour: “Conflito decepcionante”

Nick Mason sobre Roger e Guilmour: “Conflito decepcionante”

Música - 14, fevereiro, 2019

 

O baterista Nick Mason falou, em entrevista à Rolling Stones citada pelo site do jornalista Igor Miranda (Petaxxon Comunicação), sobre a eterna briga entre o vocalista e guitarrista David Gilmour e o baixista e também cantor Roger Waters, que costumavam ser seus colegas no Pink Floyd.

Embora os dois tenham dividido o mesmo palco nos shows do Live 8 – com o restante da banda, em 2005 – e na O2 Arena de Londres – em uma apresentação solo de Waters, em 2011 -, não há uma relação amigável entre eles.

Inicialmente, Mason refletiu sobre os motivos pelos quais a briga começou. “É muito estranho esse impasse continuar, na minha opinião. Acho que o problema é que Roger não respeita David. Ele acha que compor é tudo e que tocar guitarra e cantar são coisas que… eu não diria que são coisas que qualquer um pode fazer, mas que, para ele, tudo deve ser julgado na composição e não na interpretação”, disse.

Roger Waters

O Pink seguiu e Roger se irritou

O baterista pontuou que a decisão de David Gilmour em seguir com o Pink Floyd a partir de 1985, após a saída de Roger Waters, ainda causa discórdia entre eles. “Acho que é estranho para Roger, que ele tenha cometido uma espécie de erro na forma em que ele saiu da banda, supondo que, sem ele, deixaria de existir. É uma irritação constante que ele ainda esteja voltando a isso”, afirmou.

Mason destacou que se dá bem com os dois, mas lamentou a existência desse impasse. “Acho muito decepcionante que esses senhores idosos ainda estejam em conflito”, disse ele, que revelou, ainda, como se mantém neutro diante de tudo isso: “Mantendo a cabeça para baixo, atrás do parapeito”.

O músico contou, ainda, que os conflitos ressurgem sempre que uma novidade relacionada ao Pink Floyd entra em pauta. “Acho que vai e vem. E acho que se torna exacerbado por alguma diferença específica de opinião em algum relançamento e como deve ser a abordagem, ou o que deve ser feito”, afirmou.

Por fim, Nick disse que “vive em esperança” de ver os dois deixando as diferenças de lado. “Não acho que a gente vá fazer turnê como Pink Floyd novamente, mas parece bobo, nesta fase de nossas vidas, ainda estar brigando”, concluiu.

David Guilmour

De tanto esperar criou uma banda

O baterista Nick Mason montou, recentemente, a banda Nick Mason’s Saucerful Of Secrets, onde toca músicas dos primeiros discos de seu grupo de origem, o Pink Floyd. E, durante um recente show do novo projeto, ele contou por que decidiu trabalhar uma nova iniciativa.

Em certo momento da apresentação, ocorrida em Londres, Mason revelou que deu início ao Saucerful Of Secrets porque cansou-se de esperar por uma reunião do Pink Floyd. Ele disse que “finalmente desistiu de aguardar por uma ligação de Roger (Waters, vocalista e baixista) ou David (Gilmour, vocalista e guitarrista)”, em menção aos dois líderes criativos da banda.

Pink Floyd no Anos 70: Richard Wright, David Guilmour, Nick Mason e Roger Waters

O Pink Floyd encerrou suas atividades de forma oficial em 1995, uma década após Roger Waters ter deixado a formação. A banda se reuniu em duas ocasiões: em 2005, com Waters, para um show no Live 8; e entre os anos de 2012 e 2014, sem Waters, exclusivamente para lançar o disco ‘The Endless River’.

Maior reconhecimento a Rick Wright

O baterista Nick Mason disse que outro integrante do Pink Floyd merecia maior reconhecimento. Em outra entrevista, concedida ao site KSHE 95, Nick falou sobre sua carreira erguida junto com a banda inglesa, considerando sua presença estável no grupo, tocando em todos os álbuns.

“Não tenho certeza se toquei todos os álbuns, devem ter duas ou três faixas que eu não toquei por qualquer motivo que seja. Mas, sim, é algo incrível para se pensar, de verdade”. Mason pode estar se referindo ao álbum ‘A Momentary Lapse of Reason’ (1987), onde Carmine Appice assumiu as baquetas de algumas músicas, como ‘The Dogs of War’.

Richard Wright

Em seguida, o baterista falou sobre o colega Rick Wright, falecido em 2008 e também presente em todos os álbuns do Pink Floyd – exceto ‘The Final Cut’ (1983). “Não é que eu sinta que precise de maior reconhecimento. Na verdade, se alguém deveria ser mais reconhecido, é Rick”, afirmou.

Mason foi lembrado sobre o fato de ter feito esse mesmo comentário, em entrevistas anteriores, quando Wright faleceu. “Quando se olha para as nossas músicas, ele era parte tão integral do som”, completou.

(Da Redação, com reprodução do site de Igor Miranda)