‘Nina’, no palco do Theatro Santa Roza, impactou atores e público, sobretudo o público, formado em sua maioria, por familiares dos jovens artistas que mostravam ali o resultado do curso de teatro da Funesc.
É bom afirmar que tal apresentação foi feita sob olhares muito mais influenciados por emoção, carinho e fãs clubes de pais, irmãos, tios, avós primos – do que propriamente como um espetáculo que seria meramente consumido. E quem vos escreve estava na primeira condição.
Dito isso, aí vão registros feitos por nós, das reações de atores e público. Reportar isso foi mais ou menos como entrar na mesma pilha dos artistas e da plateia, ou seja, sentir na pele o arrepio, torcendo para que tudo desse certo, que a meninada desse conta do recado. E deu.
O que nos marcou
Casa lotada, clima de festa e uma atuação cheia de energia dos novos atores, que entregaram bem a adaptação de Léo Palma ao texto ‘Quando as Máquinas Param’, de Plínio Marcos.
Nesse trabalho, Leo teve a companhia de Tony Silva (preparação de elenco), Vittor Blam (preparação vocal) e Vinícius Dadamo (iluminação).
Desde o início, a peça envolveu a plateia: sem a tradicional entrada por trás das cortinas, os atores surgiram “do nada”, correndo em direção ao palco pela passarela central entre as cadeiras da plateia; e a montagem também usou o personagem-narrador, que aparecia de diferentes pontos do teatro para auxiliar a narrativa no palco, anunciando os diversos momentos da peça:
Nos primeiros atos se conhece o foco e pensamento dos personagens principais – Nina e o namorado Zé – que se apaixonam, namoram, sonham com o casamento e com a família
Segue, então, uma humorada novela, em que são expostos os dramas de uma família tradicional, cuja filha quer casar com um ‘Zé sem pedigree’.
Nesse momento, o texto mostra jogo de interesses, decepções e exposição de caráter dos personagens. A atuação arrancou aplausos e risadas. A começar pelo nome adotado por Nina: Helena Cunha Lima Ribeiro Coutinho. Não haveria junção mais hilária.
O final é circunspecto, duro, cheio de sentimentos profundos, desabafos, descobertas, denúncia e reflexão, o que exigiu de Nina – agora na pele de Deborah Wallach – uma postura ao mesmo tempo amargurada, doce, feroz, carinhosa, enérgica. O monólogo, por si só, é uma prova de fogo para atores em geral. Debs, com seu caráter pessoal enérgico e questionador (disso o papai aqui entende), emprestou essa fúria a Nina, em caras e bocas. Efetivamente, deitou e rolou no palco.
À Funesc, os parabéns por manter essa porta aberta aos novos talentos. Aos jovens atores, coragem e foco.
Ficha técnica
Direção: Léo Palma
Adaptação de dramaturgia: Léo Palma e elenco.
Preparação de elenco: Tony Silva
Preparação vocal: Vittor Blam
Iluminação: Vinícius Dadamo
Figurino e cenário: Léo Palma e elenco
Elenco
Amina Carvalho
Áurea Araújo
Deborah Wallach
Floriza Silva
Guilherme Huther
Lainne Melo
Lucca Petri
Marcela Bento
Mariana Sanfer
Pedro Galvan
Áurea Caroline (narração)
Aplauso e agradecimento:
Papo e foto com elenco:
(José Carlos dos Anjos Wallach – pai de uma das atrizes e, por isso, suspeito em suas opiniões, mas sereno e convicto em participar desse ‘crime’ de opinar + fotos)