‘Nina’: exame de teatro, emoção, atuação e esperança de jovens atores

‘Nina’: exame de teatro, emoção, atuação e esperança de jovens atores

Teatro - 16, dezembro, 2022

‘Nina’, no palco do Theatro Santa Roza, impactou atores e público, sobretudo o público, formado em sua maioria, por familiares dos jovens artistas que mostravam ali o resultado do curso de teatro da Funesc.

É bom afirmar que tal apresentação foi feita sob olhares muito mais influenciados por emoção, carinho e fãs clubes de pais, irmãos, tios, avós primos – do que propriamente como um espetáculo que seria meramente consumido. E quem vos escreve estava na primeira condição.

Dito isso, aí vão registros feitos por nós, das reações de atores e público. Reportar isso foi mais ou menos como entrar na mesma pilha dos artistas e da plateia, ou seja, sentir na pele o arrepio, torcendo para que tudo desse certo, que a meninada desse conta do recado. E deu.

O que nos marcou

Casa lotada, clima de festa e uma atuação cheia de energia dos novos atores, que entregaram bem a adaptação de Léo Palma ao texto ‘Quando as Máquinas Param’, de Plínio Marcos.

Nesse trabalho, Leo teve a companhia de Tony Silva (preparação de elenco), Vittor Blam (preparação vocal) e Vinícius Dadamo (iluminação).

Desde o início, a peça envolveu a plateia: sem a tradicional entrada por trás das cortinas, os atores surgiram “do nada”, correndo em direção ao palco pela passarela central entre as cadeiras da plateia; e a montagem também usou o personagem-narrador, que aparecia de diferentes pontos do teatro para auxiliar a narrativa no palco, anunciando os diversos momentos da peça:

  • Prima cena: Floriza Pereira e Guilherme Hunther
  • Segunda cena: Mariana Sanfer e Pedro Galvan
  • Terceira cena (novela): Marcela Bento, Lucca Petri e Amina Carvalho
  • Quarta cena: Lainne Melo e Guilherme Huther
  • Quinta cena: Deborah Wallach

Nos primeiros atos se conhece o foco e pensamento dos personagens principais – Nina e o namorado Zé – que se apaixonam, namoram, sonham com o casamento e com a família

Segue, então, uma humorada novela, em que são expostos os dramas de uma família tradicional, cuja filha quer casar com um ‘Zé sem pedigree’.

Nesse momento, o texto mostra jogo de interesses, decepções e exposição de caráter dos personagens. A atuação arrancou aplausos e risadas. A começar pelo nome adotado por Nina: Helena Cunha Lima Ribeiro Coutinho. Não haveria junção mais hilária.

O final é circunspecto, duro, cheio de sentimentos profundos, desabafos, descobertas, denúncia e reflexão, o que exigiu de Nina – agora na pele de Deborah Wallach – uma postura ao mesmo tempo amargurada, doce, feroz, carinhosa, enérgica. O monólogo, por si só, é uma prova de fogo para atores em geral. Debs, com seu caráter pessoal enérgico e questionador (disso o papai aqui entende), emprestou essa fúria a Nina, em caras e bocas. Efetivamente, deitou e rolou no palco.

À Funesc, os parabéns por manter essa porta aberta aos novos talentos. Aos jovens atores, coragem e foco.

Ficha técnica

Direção: Léo Palma

Adaptação de dramaturgia: Léo Palma e elenco.

Preparação de elenco: Tony Silva

Preparação vocal: Vittor Blam

Iluminação: Vinícius Dadamo

Figurino e cenário: Léo Palma e elenco

Elenco

Amina Carvalho

Áurea Araújo

Deborah Wallach

Floriza Silva

Guilherme Huther

Lainne Melo

Lucca Petri

Marcela Bento

Mariana Sanfer

Pedro Galvan

Áurea Caroline (narração)

Aplauso e agradecimento:

Papo e foto com elenco:

(José Carlos dos Anjos Wallach – pai de uma das atrizes e, por isso, suspeito em suas opiniões, mas sereno e convicto em participar desse ‘crime’ de opinar + fotos)