‘Quadrilhando’ terá mesma arena do vôlei de praia

‘Quadrilhando’ terá mesma arena do vôlei de praia

Eventos - 1, junho, 2016
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Virgulino de Campina e o ‘Matuto’, moeda do Quadrilhando / Foto: JC dos Anjos Wallach

O projeto Quadrilhando, que reúne as 12 quadrilhas juninas estilizadas de Campina Grande, e que a partir de agora está em atividade durante o ano todo, terá arena própria para apresentações e acomodação do público no Sesi Catolé.

“Era uma antiga reivindicação das pessoas envolvidas nessa atividade e nós da associação contratamos a mesma empresa que faz a estrutura para o Vôlei de Praia em João Pessoa. Agora teremos nossa própria arena para um espetáculo melhor ambientado e mais confortável para o público”, explica Maximiano Ferreira de Lima Filho, mais conhecido como Lima Filho, que faz o personagem Virgulima de Campina.

Com 700 metros quadrados, a arena terá capacidade para 540 pessoas sentadas.

O projeto

‘Quadrilhando’ foi formatado como produto turístico a partir da visita realizada por membros da associação de quadrilhas juninas à Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro em 2015. Os grupos de Campina Grande sentiam a necessidade de autofinanciamento para suas atividades, cujo ápice sempre foi a época junina.

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Edileuza de Almeida tem ateliê com outras seis costureiras, no bairro José Pinheiro, onde atende seis quadrilhas e produz para vender no Quadrilhando

A grande aceitação do espetáculo oferecido pelas quadrilhas durante as apresentações nos concursos viabilizou a ideia de tornar isso um produto para consumo permanente, assim como ocorre nos morros cariocas. Agora, a quadrilhas juninas de Campina Grande, que alcançaram o status de pequenos negócios, podem enfim vender seu produto numa modelo sustentável, durante o ano inteiro, agregando opção ao mercado turístico de Campina Grande.

Com o novo formato, todos os elementos da cultura junina se juntam em um produto que mistura teatro, dança, gastronomia, artesanato, poesia e humor. Em quatro horas de espetáculo, o público vê duas quadrilhas estilizadas (as mesmas que disputam os concurso estaduais, regionais e nacionais), uma quadrilha tradicional, um casamento matuto e a encenação de um invasão de cangaceiros a uma cidade.

Em torno da arena, 14 tentas de tamanho 7 x 6m abrigarão as gostosuras juninas (muita comida de milho), cachaça da melhor qualidade, artesanato e brincadeiras infantis.

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O clima de cidade do interior se completa com a adoção de uma moeda própria dentro dos limites da ‘República das quadrilhas juninas’. É o ‘Matuto’, dinheiro que circula na arena e nas tendas do ‘Quadrilhando’, onde é possível comprar desde a comida típica até peças de artesanato e roupas, tudo produzido por gente da comunidade.

A ideia, segundo explica Lima Filho, é unificar a arrecadação e simplificar a distribuição de lucros entre os associados. “Foi um meio que encontramos de dividir o lucro. Todos vendem e todos ganham com o que todos vendem”.

 ‘Arraiá Bodó’

No sábado (28), os bailarinos do ‘Quadrilhando’ estiveram no ‘Arrariá Bodó’, na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa. O evento foi promovido pela Portobrito como uma maneira de reacender o antigo modelo de festas juninas, onde a gastronomia, as brincadeiras infantis, a quermesse e o forró pé de serra são a base.

A Portobrito Evento e recepções é formada por Inara Melo, Bel Moreira, Simone Porto e Francisco Brito. Nessa primeira edição, o evento se dividiu em dois momentos: a quermesse, com a parte de culinária, brincadeiras, artesanato e a apresentação do ‘Quadrilhando’, no pátio da Usina; e a música, com show do grupo ‘Os Fulano’, que mandou uma noite de forró e teve como convidados Escurinho, Gitana Pimentel e Renato Oliveira.

Itinerante

O ‘Quadrilhando’ também é itinerante, podendo ser levado a qualquer lugar. Quem se interessar em ter em sua festa um espetáculo com as quadrilhas juninas e sua atuação teatral pode contratar.

 

No vídeo, o próprio personagem Virgulima de Campina dá os detalhes sobre o ‘Quadrilhando’, assista:

 

 

(Por José Carlos dos Anjos Wallach)