Repertório inglês, francês e alemão no concerto da Sinfônica Jovem

Repertório inglês, francês e alemão no concerto da Sinfônica Jovem

Música - 24, maio, 2022

Composições de Camille Saint-Saens e Ernst Mahle estão no programa do 3º Concerto da Temporada 2022 da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba, que acontece nesta quinta-feira (26), às 20h30, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, em João Pessoa. O concerto terá regência do maestro Luiz Carlos Durier, regente titular e diretor artístico da Orquestra Jovem, e a participação do trompista Adriano Lima como solista.

A exemplo dos concertos anteriores da temporada, a entrada é gratuita, mas para ter acesso à apresentação é necessário retirar o ingresso na bilheteria, a partir das 19h, e apresentar, na entrada, a carteira de vacinação de Covid-19, com o esquema vacinal completo. O limite do público será de acordo com o número de cadeiras da Sala de Concertos, atendendo decreto  publicado em 7 de abril no Diário Oficial do Estado, que permite a realização de eventos culturais com 100% da capacidade do local.

A música que abre o concerto é a “Sinfonieta – 1957”, de Ernst Mahle, compositor e maestro alemão, que veio para o Brasil em 1951, naturalizou-se brasileiro 11 anos depois e é membro da Academia Brasileira de Música.

Neste concerto, serão executadas duas composições de Camille Saint-Saens, maestro e pianista francês da Era Romântica. A primeira é “Peça de Concerto, Op. 94”, que terá a participação do trompetista Adriano Lima. A outra, que vai encerrar o concerto, é  a “Suíte Algeriana para Orquestra, Op. 60 (Prelúdio, Rapsódia Mauresca, Sonho Noturno e Marcha Militar Francesa)”.

Mas antes do encerramento, a orquestra vai mostrar ainda as músicas “Dois Idílios Ingleses”, do compositor inglês, George Butterworth, e “Cortejo de Bacchus – Ballet Sylvia”, do francês Leo Delibes.

O maestro Durier falou sobre o repertório do concerto, iniciando pelas duas obras de Camille Saint-Saens. “Ele escreve muito bem para orquestras e boa parte do seu repertório se adequa muito bem para ser feito com orquestras sinfônicas jovens, que estão naquela fase de aprendizado, de aperfeiçoamento técnico e musical em relação aos seus respectivos instrumentos”, explicou.

“As duas obras de Saint-Saens são realmente muito bonitas”, disse o maestro. “Uma é uma peça de concerto para trompa, solista, e a outra é uma suíte algeriana que tem característica de música descritiva. É como se fosse uma viagem de um francês até a Argélia: a chegada, a convivência com as pessoas, a música popular, um café à noite. Então, esse trabalho de música descritiva inspira os jovens a estudarem e a tocarem bem”.

Durier destacou também a música de Ernst Mahle. “É um compositor alemão, naturalizado brasileiro, que veio para o Brasil na década de 1950. A família já tinha negócios no Brasil e ele foi o criador de uma grande escola de música, a Escola de Piracicaba, no Estado de São Paulo. Na preocupação também de favorecer os jovens, ele criou músicas para orquestras, conjuntos musicais de jovens e solistas jovens. Essa sinfonieta em particular foi uma das obras que eu toquei com a minha estreia na sinfônica jovem, em 1981, e sempre que posso, nós colocamos essa obra, que é muito interessante para orquestra, porque ela tem qualidades artísticas e emocionais excepcionais”.

Para o maestro, o destaque da noite seria a música de George Butterworth, ‘Dois Idílios Ingleses’. “Sempre que a gente prepara um repertório para Orquestra Sinfônica Jovem, nós temos que pensar na qualidade do trabalho, na beleza do trabalho e, principalmente, o que os jovens vão aprender.  No caso da música do inglês, vão aprender a construir texturas musicais que não são comuns em outras composições. São timbres musicais muito específicos, muito delicados, bastante sutis, que se aprende a fazer numa música como essa”, finalizou.

Para o trompista Adriano Lima, participar como solista da orquestra é um momento especial. “Não é todo dia que a gente tem uma orquestra à nossa disposição, do porte da Sinfônica Jovem da Paraíba, e a gente ter essa oportunidade é um privilégio sem tamanho para nós, músicos. A gente passou dois anos afastados da orquestra devido à pandemia e logo após esse retorno já ter oportunidade de solar com a orquestra é realmente muito gratificante, é como sair de um pesadelo e voltar para a nossa vida real”, observou.

O músico destacou a importância da “Peça de Concerto”, de Saint-Saens, que terá sua participação nesse concerto. “É um desafio muito grande para nós trompistas, sempre que tocamos um repertório da literatura do instrumento, da literatura tradicional da trompa. É um concerto muito conhecido pelo público, em especial, pelos trompistas. Isso traz uma enorme responsabilidade, porque a expectativa é muito grande sobre o concerto e a gente se sente muito motivado. O maestro sugeriu essa peça no início do ano, perguntou se eu toparia o desafio e eu prontamente aceitei. Espero que seja um bom concerto. Com certeza será!”, finalizou.

Trompetista Adriano Lima

O solista

Adriano Lima nasceu no Recife (PE) e é Bacharel em Trompa pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), sob orientação do Professor Mestre Cisneiro Andrade. Teve como primeiro professor o trompista Chromácio Leão, posteriormente estudou e desenvolveu seus estudos direcionados à trompa grave com o Professor Dr. Rinaldo Fonseca, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

O regente

O maestro Luiz Carlos Durier nasceu em João Pessoa. É o regente titular da Orquestra Jovem há 25 anos e, em setembro de 2013, foi nomeado diretor artístico e regente titular da OSPB. Seu trabalho direcionado para jovens músicos em formação tem reconhecimento em todo o Brasil. Sob sua batuta já se tornou tradição a Jovem apresentar estreias mundiais com excelente qualidade técnica e artística.

(Texto da SecomPB)