‘Rubacão’ se deu bem com o ‘concentra-mas-não sai’

‘Rubacão’ se deu bem com o ‘concentra-mas-não sai’

Eventos - 3, março, 2023

Em seu aniversário de 10 anos, completados no Carnaval deste ano, o formato adotado pelo Rubacão da Socorro parece indicar uma saída para o problema de financiamento enfrentado por blocos carvalescos de Campina Grande.

A começar pelo próprio Rubacão, havia, desde o final do ano passado, a expectativa de que o bloco mais uma vez não aconteceria em 2023. Mas a adoção do formato concentra-mas-não-sai a ajuda do Projeto Campina de Brincantes.

Na avaliação do artista Ronildo Cabral, que integra a comissão organizadora, o formato foi um sucesso, pelo volume de foliões que atraiu.

“A galera já espera boa coisa do bloco, que é uma referência de alegria, harmonia e paz”.

Ele coloca o Rubacão da Socorro como precursor do carnaval de blocos em Campina, lembrando que quando o bloco saiu pela primeira vez só havia outros dois: o Jacaré do Açude e Ferro de Engomar. “Havia o Zé Pereira, que já estava sem desfilar quando surgiu o Rubacão”.

Além do cortejo, o bloco lançou o Baile Rubacanesco, um baile carnavalesco à fantasia, e criou o Troféu Rubacão, para homenagear os carnavalescos de Campina Grande. “E a cada edição do bloco, a gente tem confeccionado o estandarte, além da Boneca Rubacão e o Caldeirão”, relata.

Essas atividades foram suficientes para atrair os olhares e a atenção sobre o bloco, sobretudo do universo cultural da cidade. “Artistas foram se agregando e se envolvendo com sua arte. A partir disso, criamos várias marchinhas, hoje são pelo menos 20 tendo como tema o Rubacão e Dona Socorro. A gente foi se tornando referência e muitos blocos hoje já fazem homenagens a artistas e carnavalescos”, relembra.

Custos altos

Ronildo confirma que o bloco mais uma vez decidiu não desfilar neste ano, por causa dos altos custos. “Resolvemos fazer aquele evento fixo com a ajuda da contribuição relevante do Projeto Campina de Brincantes, capitaneado pela vereadora Jô Oliveira. Ela e seu esposo Hélio Barbosa souberam que não sairíamos e estenderam a ajuda para as atrações do evento que fizemos”, conta Ronildo.

Embora considere que o evento carnavalesco só na concentração foi um sucesso, a direção do bloco afirma que ainda está avaliando a viabilidade da edição 2024. A preocupação é basicamente a falta do dinheiro para bancar despesas, já que o bloco não consegue venda de camisas  suficientes para dar suporte aos custos.

“Nós não somos um bloco de cardas, onde só entra quem paga. O bloco é aberto e entra quem quiser. Por isso só comprar as camisas quem tem a consciência da necessidade de preservação desse tipo de Carnaval em Campina, são poucas as vendas”, avalia Ronildo.

Neste ano, o bloco montou sua concentração na Estação Velha – local importante na história de Campina. Como atrações, se apresentaram Gitana Pimentel, Varal de Cabaré, Jb do Coco e Tirinete, Forró Campina e dj Virgulino, além dos grupos arte popular (coco de reda, batuques, maracatu).

O homenageado foi o professor Adonhiran Ribeiro, ativista cultural e brincante.

(Da Redação + Fotos: Nilda Araújo)