Sala no Zoom cheia de música paraibana e mineira

Sala no Zoom cheia de música paraibana e mineira

Música - 1, setembro, 2020

 

O cantor e compositor Cliver Honorato e a colega Nathalia Bellar serão responsáveis por uma conexão musical entre Minas Gerais e Paraíba. Será na noite desta sexta-feira (4), em plataforma online – a Zoom – dentro do projeto Ágora Sonora.

Eles dividirão a sala digital com os mineiros Manu Dias e Jerferson Gouveia, o paulistano Jota.pê e outro paraibano, Guga Limeira.

No show, as performances musicais serão entrecortadas de bate-papo entre artistas e o público.

O projeto

O Ágora Sonora foi idealizado pela produtora pernambucana Twilla Barbosa e hoje conta com a parceria da produtora paraibana Faniquito Produções. O ingresso custa R$ 20 e pode ser adquirido no link agorasonora.com.br.

Os trabalhos de Cliver Honorato e Nathalia Bellar são uníssonos. Ambos possuem sensibilidade e beleza no trato com a criação da canção. Além disso, habilidade sonora e conhecimento musical lhes dão destreza suficiente para bancar os diversos gêneros da canção brasileira.

Nathalia Bellar participou da primeira edição do show-live ‘Somos Um’, de Cliver Honorato, apresentada em 27 de junho, no canal oficial do artista no Youtube. Já o mineiro participou do webencontro musical #Reencontros, entre Nathalia Bellar e Titá Moura, em julho.

O que vamos ouvir

No repertório do show, canções autorais de ambos os artistas e releituras de obras do cancioneiro da música popular brasileira. Nesta edição do Ágora Sonora, será possível apreciar a versatilidade dos artistas e os sotaques da canção nacional.

Nathalia viajará pelas canções mineiras e Cliver vai chegar nas vozes paraibanas. Os convidados abrilhantarão o show com canções próprias e interação com público e entres eles – lembrando que alguns não se conhecem pessoalmente.

“Além de poder cantar e mostrar nosso trabalho, é uma forma de ampliar o nosso networking. Passamos a fazer parte da apreciação musical uns dos outros. É um ganho incrível”, observa Cliver Honorato.

A pandemia eliminou distâncias (!!!)

O encontro musical entre esses músicos apresenta um lado positivo da pandemia. Devido ao isolamento social, artistas e produtores precisaram criar formas de mostrar seu trabalho, exercer o dom artístico e se sustentar.

Encontros que antes da pandemia seriam mais difíceis, por conta da distância física, agora, devido ao uso de plataformas digitais e redes sociais, estão acontecendo com mais frequência.

Os artistas

Cliver Honorato é cantor, compositor e instrumentista, e desde o início dos anos 2000, dedica-se à música. Teve no avô, Joel Honorato, sambista de Belo Horizonte nos anos 1960, sua inspiração e aprendeu sozinho as primeiras notas de violão no início da adolescência.

Já se apresentava, aos 15 anos, pelos bares da capital e de lá para cá transitou pela Fundação de Educação Artística (FEA) e Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), onde se formou no curso de Licenciatura em Música, com habilitação em violão. Em 2017, lançou seu primeiro disco intitulado “Cliver Honorato”.

Cliver Honorato em foto de Augusto Lacerda

O álbum é o resultado de toda sua vivência artística até aquele momento. O músico está em fase de produção de seu segundo trabalho, que se chama “+1’ (Mais Um Minuto)”, com previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2021.

Nascida em João pessoa, Nathalia Bellar é cantautora e uma das vozes da nova MPB pop. Aos 17 anos, iniciou sua trajetória no teatro atuando em espetáculos por cinco anos. Posteriormente, adentrou no universo da música, desenvolvendo os shows “Elis Vive” e “Dona do Dom”, nos quais interpretava canções do repertório de Elis Regina e Maria Bethânia, suas maiores referências.

Sempre com interpretações marcantes, ela já ganhava destaque no cenário musical onde atuava, quando passou a se interessar também pelos escritos.

Em 2012, teve sua primeira canção autoral, o blues pop “Pra durar”, integrando o projeto “Mostra Sesc de Música”.

Nathalia registrada por Fabi

Em 2016, “Estranho mundo”, outra composição sua, integrou o time de novos autores do Music From Parahyba, trabalho coletivo que lança novos artistas brasileiros para mercados internacionais.

Manu Dias também é cantora e compositora, figura marcante na cena musical mineira, mais especificamente no samba. Nascida em Ouro Preto, começou a carreira ao lado do pai, o músico Toninho Batista.

Em seu primeiro disco, “Sambadear”, produzido por Alexis Martins e Thiago Delegado, canções autorais e outras inéditas de compositores mineiros, como Toninho Batista, Serginho Beagá, Lado Raízes, Evandro Mello, Xico Queiroz, Fabio Martins, Luiz Carvalhais, Alexis Martins, Ricardo Barrão.

Após o lançamento do CD, a cantora continua apresentando o show “Sambadear” e mantém outros projetos como “Manu Dias – Canta Beth Carvalho”, show apresentado no Sarau Minas Tênis, em outubro de 2019. Para 2020 os projetos estão no âmbito digital, devido a situação sanitária, em tempos de isolamento, a arte tem curado as pessoas, que pela incerteza do futuro, estão em casa apreensivas, a música tem tido um papel muito importante.

Jota.pê tem vertentes que vão de Jorge Ben a Caetano Veloso, passando pelo manguebeat de Chico Science. Lançou o primeiro álbum, “Crônicas de um Sonhador”, em novembro de 2015. Recentemente apresentou três singles pertencentes ao EP “Garoa”. O artista já se apresentou no TEDx, Memorial da América Latina, Rio2C, Show Livre e outros, além de participar do The Voice Brasil 2017, sendo considerado por Lulu Santos uma das melhores vozes de todas as temporadas do programa.

Em 2020, participou com seu projeto em duo “ÀVUÀ” do disco em homenagem a Adoniran Barbosa chamado “Onze” ao lado de artistas como Elza Soares, Zeca Baleiro e Francisco El Hombre.

Jeferson Gouveia é um artista contemporâneo, periférico e alinhado com a produção musical das novas gerações, não se limitando a uma definição muito objetiva e limitadora de seu trabalho.

Mistura ritmos e flows em um cardápio musical de vastas referências, mas com matriz, principalmente, na música negra que chega e a que é produzida no Brasil. Suas canções são recheadas de afeto, histórias de personagens reais, da vida urbana e muita sensibilidade e swing nas levadas de guitarra. Um artista em busca de sua arte, que constantemente se transforma, indo de referências pops à música popular de gueto e que pulsa como a vida.

Guga Limeira, durante dez anos, conduziu e coordenou um grupo comunitário de dança em João Pessoa, além de participar de eventos por todo o Brasil e ministrar oficinas na Paraíba e em outros estados.

Em 2008, publicou pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE), no Rio de Janeiro, seu primeiro livro de poemas – ‘Cheiro de Nova Estação’. Em 2011, foi contemplado pelo Prêmio José Lins do Rego da Fundação Espaço Cultural e, como parte do prêmio, publicou, em 2012, seu segundo livro de poemas – ‘Versorragia’.

Colaborou como codiretor do grupo Teatrália de performances poéticas de 2009 a 2011, com o qual produziu espetáculo sobre a obra do poeta Manoel de Barros.

Desde 2011, se dedica integralmente à música. Com “A Troça Harmônica”, coletivo de cantautoria, fez shows por toda Paraíba e em algumas cidades de Pernambuco, além de, em 2015, lançar um disco homônimo.

Com a “banda-fôrra”, grupo de rock, tocou pelo estado inteiro e viajou pelo nordeste, centro-oeste e sudeste, além de lançar dois discos (2015 e 2018). Com o quarteto vocal Quadrilha, fez shows por todo o estado e lançou quatro EPs.

Durante o período de isolamento social decorrente da pandemia de Covid-19, se dedica ao terceiro disco da “banda-fôrra”, já em fase de finalização. Paralelamente, promove lives semanais no Instagram com temas variados, debruçando-se sobre o cancioneiro nacional. E ainda alimenta seu IGTV com a série “Poesia Musicada”.

Sobre o Ágora Sonora

O Ágora Sonora é realizado por meio de uma plataforma de reunião on-line, desde abril de 2020. O que era para ser uma comemoração de aniversário, com um show do artista Martins, liberado apenas para os convidados da aniversariante, acabou se tornando o protótipo do empreendimento cultural que cujo público ultrapassa os três mil participantes.

Apesar de ser tudo feito remotamente e a aglomeração só ocorrer na tela do computador ou celular, o formato criou uma experiência muito mais intimista, onde os fãs podem, nos momentos apropriados, falar interagir diretamente com o ídolo.

A entrada da Faniquito Produções, da Paraíba, fez o projeto ganhar mais corpo e trouxe artistas do estado, e agora se expande para artistas de todo o Brasil.

“A repercussão dos shows é muito positiva de todos os lados. O público que recebe o artista na sala de sua casa, também tem a oportunidade de estar na sala das casas dos artistas que gostam e isso cria uma relação de aproximação e afetividade, que muito provavelmente não existiria com esta força nos formatos presenciais”, reforça Twilla Barbosa.

O Ágora Sonora, como um novo negócio cultural, coloca em evidência o protagonismo de todos os atores envolvidos: artistas, público e produção, e promove viabilidade e a sustentabilidade da cultura num momento tão difícil.

O ingresso é na verdade uma contribuição para o artista e o valor é a partir de R$ 20.  “Estamos agora em fase de desenvolvimento da Plataforma Ágora Sonora, onde teremos um site com todas as etapas do processo integradas em um único ambiente: agenda, reservas, pagamento, notícias e até uma lojinha onde o público vai poder adquirir discos e outros itens dos artistas que acompanham.”

Serviço:

4/9  |  20h  |  plataforma Zoom   |   Ingressos: a partir de R$ 20 no link agorasonora.com.br

(Da Redação, com informações da Faniquito Produções)