“Às vezes me preocupa que o São João, nossa festa tão tradicional e secular, se transforme numa festa paulista dentro do mês de junho nosso. Ao empresário, que está por trás disso tudo, a única coisa que interessa é o vil metal. É um direito dele. Mas me preocupa muito essa coisa de plastificar e trazer uma coisa que não é da nossa tradição, não é da nossa região, pra tomar conta da nossa festa junina”.
O desabafo é do compositor, cantor e poeta Santana, fazendo uma crítica direta à montagem das programações de festas juninas promovidas por prefeituras nordestinas, sobretudo a de Campina Grande, que deve oficializar na manhã desta quarta-feira (19) contratações como Wesley Safadão, Simone e Simaria e Aviões do Forró para a edição 2017 do Maior São João do Mundo.
‘Chá de semancol’
Em depoimento durante a gravação do programa ‘Sala de Reboco’, da TV Tambaú, Santana disse que os gestores nordestinos precisam respeitar os artistas que construíram a festa. “Peço aos secretários e prefeitos, principalmente aqui da Paraíba, que tem alguns dos maiores São João do Mundo, que tomem um chá de semancol. Essa festa só está grande assim porque nós – eu, o Trio Nordestino, Os 3 do Nordeste, Luiz Gonzaga, Marinês – construímos”.
O artista lembrou a frase de um amigo, para endurecer a crítica: “Ele dizia, o ingrato é pior que o ladrão. Então, a partir do momento que se exclui a verdadeira cultura popular da festa junina, você está sendo pior que o ladrão, você é um grato. Se lhe couber a carapuça, por favor repense a sua atitude e faça com que a festa junina seja festa junina nordestina porque a festa é nossa”.
(Da Redação)
