São João na Rede será apresentado na Câmara de Campina

São João na Rede será apresentado na Câmara de Campina

Eventos - 11, maio, 2021

O São João feito pelos artistas regionais e sem a invasão de ritmos que não dizem respeito à cultura nordestina será tema de discussão na manhã desta quinta-feira (13) em sessão da Câmara Municipal de Campina Grande.

A coordenação local do Fórum Nacional do Forró de Raiz vai apresentar aos vereadores a proposta de realização do 2º São João na Rede, um evento que se utiliza das redes sociais para levar às casas o melhor do chamado forró de raiz e valorizar, gerar renda e colocar em evidência os trabalhadores e trabalhadoras dessa cadeia produtiva.

Idealizado em 2020 para socorrer esses artistas, que ficaram sem a principal fonte de renda, por causa da proibição da realização de eventos físicos motivada pela pandemia do coronavírus, o São João na Rede teve 14 dias de duração e reuniu 7 Estados do Nordeste e 4 do Sudeste, além do Distrito federal, em sua primeira edição.

Nesta segunda edição, a proposta é de que o evento reúna todos os Estados do Nordeste e Sudeste, mais o Distrito Federal, numa programação de 46 dias.

Busca por apoio

O coordenador do Fórum em Campina, Alfranque Amaral, disse que a sessão na Câmara será uma oportunidade de dar conhecimento sobre essa proposta.

“Nós estamos há meses na luta em busca de apoio e patrocínios, de forma que possamos pagar cachês para esses artistas que vão se apresentar. É uma maneira de garantir uma certa renda a esses trabalhadores, que pelo segundo ano consecutivo, perdem o ganha pão justo na época em que, em condições normais, conseguem ganhar um pouco mais”.

No berço do que já foi considerado o Maior São João do Mundo e terra de grandes artistas do ritmo, a busca por apoio e valorização seria mais fácil. Mas não é assim que ocorre.

A festa junina de Campina Grande virou um produto turístico para atrair público e gerar receita para hoteis, restaurantes e bares, sem muita preocupação com a valorização cultural e o fortalecimento do ritmo genuinamente local.

Há anos as gestões municipais puseram de lado o foco cultural e decidiram fazer da maior festa de costumes nordestinos um palco que visa mídia e retorno ao empresariado. Na gestão do ex-prefeito Romero Rodrigues, o ‘Maior São João do Mundo’ foi privatizado e entregue a uma empresa que define o elenco a se apresentar. O modelo segue na atual gestão.

(José Carlos dos Anjos Wallach)