Tanto quanto a sacada de realizar o evento, o show-tributo a Belchior foi muito bom. Não foi longo – como fazia parecer o numeroso elenco escalado – mas cheio de belas interpretações, de emoção e de simbolismo. Começou na hora prometida (por volta das 17h) e terminou pouco mais de uma hora e meia depois, com o público aplaudindo muito e pedindo biz.
Quinteto Uirapuru abriu o show
O quinteto de cordas Uirapuru fez um pout pourri com músicas de Belchior, abrindo o show, seguindo-se as interpretações dos cantores, começando pela energia e dramaticidade de Sandra Belê, que cantou ‘À palo seco’.
Na sequência vieram Chico Limeira interpretando ‘Paralelas’, Titá Moura (‘Saia do meu caminho’), Maria Juliana (‘Como o diabo gosta’) e Jonathas Falcão (‘Divina comédia humana’), antes da performance das atrizes Suzy Lopes e Nyka Barros, que interpretaram texto sobre paixão e contra a homofobia. Com um beijo apaixonado, a dupla levantou a plateia.
Atrizes Suzy Lopes e Nyka Barros em performance no palco
A música foi retomada com a bela apresentação de Milton Dornellas (‘Hora o Almoço’) e a voz cheia de energia de Cida Alves (‘Coração selvagem’).
O público viu nova performance, dessa vez de um grupo de alunos de teatro da Funesc, que ocuparam uma plataforma à frente do palco reproduzindo a luta contra a repressão e o grito por liberdade e democracia.
Os atores portaram cartazes e panfletos citando fatos obscuros da ditadura militar brasileira. A performance não durou mais que um minuto e, ao final, uma faixa com a palavra de ordem ‘Fora Temer’ agitou o publico.
Toninho Borbo, Adeildo Vieira e Nathália Bellar fizeram as últimas apresentações individuais de ‘Como nossos pais’, ‘Galos, noites e quintais’ e ‘Velha roupa colorida’, respectivamente, antes de todo elenco subir ao palco para cantar junto ‘Apenas um rapaz latino-americano’.
O tributo foi organizado pelo Governo do Estado, via Fundação Espaço Cultural (Funesc) e contou a presença do próprio governador Ricardo Coutinho, na Praça do Povo do Espaço Cultural, em João Pessoa.
Rápido e atraente pela quantidade de artistas e estilos vocais, o show deixou gosto de quero mais. Mas foi uma bela e acertada homenagem.
(José Carlos dos Anjos Wallach)
