Toda e qualquer tropa legalista tem que estar ao lado de Lula

Toda e qualquer tropa legalista tem que estar ao lado de Lula

Opinião - 8, janeiro, 2023

Qualquer gestor público brasileiro hoje, alinhado com a democracia e o estado de direito, tem que se posicionar e, sobretudo, combater os atos terroristas patrocinados pelo defenestrado Bolsonaro e sua trupe – que não está só nas frentes de quartéis, está dentro deles também, está em alguns governos estaduais, em várias instituições de governo e, especialmente dentro das polícias (militar, federal, civil, rodoviária federal).

O governador da Paraíba, João Azevêdo, em reunião extraordinária on-line do Fórum Nacional de Governadores, deu resposta rápida ao colocar as tropas especiais do Estado à disposição da lei e da ordem em Brasília.

Parece retórica, jogo de cena, mas não é. Ao anunciar nas redes sociais essa disposição, o gestor da Paraíba acena à sociedade com o apoio ao estado de direito, à democracia e contra o terrorismo e a baderna.

Mais importante: oferece ao presidente democraticamente eleito forças legítimas para que ele, o presidente, tenha respaldo de tropas legalistas se precisar delas.

Tela de Di Cavalcanti vandalizada pelos terroristas apoiadores de Bolsonaro

E por que isso?

Ora, é fácil entender: Brasília, onde ocorreram os mais recentes atos terroristas da direita, é comandada por um governo alinhado ao pensamento desse grupo e do seu líder, o ex-presidente fugitivo Bolsonaro.

Ou é possível acreditar que essa multidão que invadiu e quebrou Congresso, STF e Palácio do Planalto chegou ao Distrito Federal sem que ninguém soubesse da mobilização?

O Governo do Distrito Federal deu logística e acobertou a turba terrorista, isso está claro. O que remete ao fato de o presidente Lula não poder contar com aquela gestão para combater o crime dos bolsonaristas pregadores da ditadura. Certamente será assim em São Paulo, onde o governador eleito foi ministro e é seguidor do modus operandi bolsonarista.

Há generais e outros soldados de patente dentro das Forças Armadas que compactuam com os atos terroristas, e defendem o golpe militar – basta vermos as fotos da ação da direita que se multiplicaram aos milhares em poucas horas nas redes sociais, neste domingo.

Nas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais há inúmeros fascistas, eleitos pelo voto, que vomitam diariamente discursos contra a democracia. Na Paraíba, há desses sujeitos (e sujeitas) que mantêm o apoio irrestrito às ideias do seu mito.

Podemos confiar nas polícias? Quem vai ter coragem de dar o primeiro ‘freio de arrumação’ nos facistas dos quartéis?

Nos Estados, mesmo naqueles onde o gestor se alinha com a democracia e o atual presidente, há polícias completamente contaminadas pelo discurso autoritário de defender o golpe. Pior ainda – e isso vemos aqui na Paraíba – há policiais que até protegem os fascistas e desencorajam quem quer seguir em paz no caminho democrático (basta que lembremos do episódio em que uma professora foi agredida por bolsonaristas diante do quartel do 1º Grupamento de Engenharia, em João Pessoa, e ela (a vítima), é que foi levada para a delegacia pelos policiais protetores dos terroristas.

Agressor da professora em ato terrorista na frente do quartel do 1º Grupamento de Engenharia de Construção, em João Pessoa

E o que nos diz a Polícia Militar da Paraíba a respeito disso? Até agora o mais puro silêncio.

Isso é o que nos preocupa, porque todos sabem que Bolsonaro, ao longo dos quatro anos em que tocou o terror contra democratas no Brasil, encheu as polícias e as Forças Armadas de aumentos salariais e outras benesses, uma estratégia claríssima de ter ao seu lado quem detém armas e pode matar, sendo acobertado pela Lei (só no Brasil, claro).

Financiar melhorias para as forças policiais é uma política de estado correta, num país em que se quer ver a democracia reinar sem sustos, justamente porque cabe a esses homens de armas em punho e farda a nossa proteção e da nossa liberdade.

Mas, o que foi feito durante o período do ‘governo bizarro’ esteve mais para cooptação. Estamos vendo hoje o resultado da estratégia bolsonarista: terroristas invadindo o Palácio Presidencial e policiais tomando água de coco e fazendo selfies com os fascistas.

O ex-presidente, hoje fugitivo, também cooptou uma boa parte da sua tropa de arruaceiros ao facilitar a compra de armas e munições. Elas agora estão na rua, nas mãos dos chamados ‘homens de bem e de família’.

Facistas continuarão, nos resta acertá-los com eficiência

É preciso ter em mente que os atos terroristas continuarão sendo arquitetados e, se não tomadas as providências corretas, com uso de inteligência de Estado e o punho forte da Lei,  executados também.

Guerra de neofascistas contra a democracia. Simples assim.

(José Carlos dos Anjos Wallach)