A emoção de Ajalmar e Rilávia, no encerramento de mais uma edição do Troféu Gonzagão
Pinto do Acordeon cantando Frank Sinatra (no seu inglês mais sertanejo, claro), Zé Dantas no palco (em gravação) ao lado da neta Marina Elali, Carlinhos Brown dançando xaxado e tocando triângulo, Elba e seu Bodocongó.
A noite de premiação do 8º Troféu Gonzagão manteve o status do evento de ‘Oscar da Música Nordestina’ e um dos mais importantes na difusão e reafirmação da força dessa expressão cultural.
Também foi uma confraternização de forrozeiros de várias gerações: de Cris Lima e Cezzinha, do bicampeão de acordeon Mahatma Costa a Genilval Lacerda, de Targino Gondin a Assisão, de Dorgival Dantas e a Edmar Miguel, a festa levou a Campina Grande na noite da terça-feira (17) a nata dos tocadores.
Reuniu empresários, fomentadores culturais, gente da sociedade e jornalistas. Estes, inclusive, trabalharam desde a tarde, quando grande número de artistas começaram a chegar ao Garden Hotel, decorado em grande estilo para receber celebridades e a mídia.
“Esse troféu é uma cota de justiça aos nossos artistas. Não queremos abraçar egos, mas homenagear talentos”, disse a odontóloga Rilávia Cardoso, que ao lado do marido Ajalmar Maia, idealizou e vem realizando anualmente do evento. No palco, ao lado do prefeito Romero Rodrigues (Campina Grande) e da vice-governadora Lígia Feliciano, Rilávia e Ajalmar saudaram os convidados e os patrocinadores, que foram lembrados em cordel lido pelo mestre de cerimônia, o jornalista Moribe Macedo.
Desfile de talentos
A cantora, jornalista e diretora de Arte e Cultura de Sergipe, Antonio Amorosa, uma das homenageadas, interpretou composição em homenagem ao Troféu Gonzagão.
Na sequência receberam o troféu Chico Bezerra e o músico autodidata Edmar Miguel. Subiram ao palco também o empresário francês Pierre Landolt (vice-presidente do Festival de Montreux), que é dono de uma das maiores fortunas da Europa, mas naturalizou-se brasileiro e escolheu viver em Patos, onde produz queijo à moda france com leite de vacas suíças.
Outros homenageados foram a cantora Maria da Paz, pré-selecionada para o 27º Prêmio da Música Brasileira, e o maestro Rodolfo Forte, que já dividiu palcos com nomes como Sivuca, Dominguinhos, Oswaldinho, Elba Ramalho, Marinês, Genário, Flávio José, Os Três do Nordeste e Waldonys.
Pife e acordeon mundial
O quinto a receber o Troféu Gonzagão foi o jovem acordeonista Mahatma Costa, bicampeão mundial de acordeon. Em seguida, quem recebeu a homenagem foi Zé do Pife, que em seus 50 anos de carreira fabricou, vendeu e ensinou a tocar esse instrumento.
Os dois fizeram uma das mais belas apresentações da noite: pife e acordon juntos.
Outro gringo nordestino
O cineasta suíço Bernard Robert Charrue, que dirigiu o filme ‘Paraíba meu amor’, disse se sentir “muito honrado com a homenagem”. Disse que fez o filme da melhor forma que pode, sobre “uma cultura que eu adoro”. Na sequência, recebeu o troféu o cantor Del Feliz, que também se apresentou, fazendo a plateia cantar.
Pinto e seus causos
Ai, subiu ao palco o cantor e compositor Pinto do Acordeon, que roubou a cena com uma apresentação divertidíssima em que mesclou causos com sua bonita cantoria. Fez a platéia rir e aplaudi-lo de pé quando deixou o palco. Foram quase dez minutos de autenticidade, criatividade e bom humor.
Emoção dos Dantas
A parte mais emocionante e simbólica da festa foi a leitura do agradecimento que a dona Yolanda Dantas, a viúva de Zé Dantas, leu em resposta à homenagem in memoriam feita pelo Troféu Gonzagão ao seu marido.
Marina Elali, a bela neta de Zé, revestiu de modernidade as belas composições que o avô transformou em ícones do cancioneiro nordestino ao lado do Rei do Baião – uma introdução moderna escondeu nos primeiros segundos de música a bela ‘Cintura fina’, devidamente identificada e aplaudida logo em seguida. Cheia de energia, Elali fez a platéia cantar junto.
Triângulo baiano
Estiloso e cheio de energia, o baiano Carlinhos Brown chegou tocando triângulo, cantando e dançando xaxado. 
Interagiu, falou a importância que o Troféu Gonzagão tem por manter forte a arte nordestinas e até lançou uma música, composta em parceria com o ex-Titã Arnaldo Antunes, que estará no seu próximo trabalho.
Também fez homenagem à madrinha do troféu, Elba Ramalho, com quem fez dueto no palco.
Forró no palco
Marina Elali, com suas releituras das composições do avô, e a madrinha do evento, Elba Ramalho, foram as últimas a se apresentar. As duas juntaram-se a Carlinhos e fizeram do palco uma pista de forró. E um clipe, que juntou imagens de todas as edições do Troféu Gonzagão, encerrou a solenidade de premiação no teatro.
(Texto, fotos e vídeos: José Carlos dos Anjos Wallach e Snides Caldas)
O blog está preparando um clipe com apresentações, entrevistas e os bastidores da festa. Enquanto isso, curta as galerias:
Tietagem e glamour
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O trabalho da mídia
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