Turismo de experiência ajuda o São João de Campina ficar ainda maior

Turismo de experiência ajuda o São João de Campina ficar ainda maior

Eventos - 4, abril, 2016
campina (13)

Apresentação do Quadrilhando

Já pensou em viver o São João o ano todo? E além disso: você poder levar para a sua cidade ou para o seu estabelecimento um “pedacinho” do São João de Campina Grande e da rica cultura da região?

Durante o dia passear de charrete, contemplando belas paisagens e o ar interiorano, dançar forró pé de serra no sítio, saborear comidas típicas pertinho da natureza e à noite…cair de vez no forró, no xaxado e o melhor: ainda ser protagonista de um espetáculo de quadrilha.

Pois esta é a nova proposta do Turismo de Experiência e empreendedorismo descoberta pelo Sebrae, que levou um grupo de jornalistas e outros profissionais para uma vivência no sábado (2). Roteiro aprovado pelo Festar Muito, que sugere a opção para abrir os festejos juninos na Paraíba. É uma rota turística que está começando, mas tem enorme potencial.

O grupo embarcou em mais um fampress para Campina Grande – terra do ‘Maior São João do Mundo’. E, desta vez, mais do que saborear a canjica e o bolo, fomos até o lugar onde o milho é plantado, conhecer a terra, a essência, onde tudo começa e, principalmente, as pessoas que plantam, colhem, que dão sentido aos primeiros acordes da sanfona, suas histórias de vida e superação.

O sítioSanto Izidro (7)

Foi justamente no Distrito de Santo Izidro, zona rural de Campina Grande, a primeira parada. No sítio de mesmo nome, conhecemos dona Maria de Lourdes e seu José, o Zé de Deinha, um simpático contador de histórias.

No quintal do casal, avistamos a cidade de Campina e, na sombra de uma jaqueira, saboreamos um delicioso café, bolos, tapioca e sucos de frutas colhidas no local (manga, acerola). Até uma iguana nos deus as boas-vindas.

Ali, tudo parece viver em harmonia: gente e natureza. O lugar é verde, lindo! E a paisagem tornou-se mais especial apreciada durante um passeio de charrete. Em seguida, perto dali, conhecemos um reduto de cultura do bordado: o reduto das Mulheres de Arusi. Nesse lugar, a arte é repassada para as mais jovens.

Em cada ponto que aprendem, elas bordam a própria história e, aos poucos, vão (re)construindo a própria vida. Pois, muitas tiveram que enfrentar a resistência do marido para aprender o novo ofício e poder aumentar a renda da família.

O Mapp

O sol já estava indo embora quando seguimos para o próximo destino: o Museu de Arte Popular da Paraíba, no coração de Campina Grande. Lá, fomos recebidos com muita poesia e repente por dois jovens repentistas. Uma apresentação de xaxado emocionou.

No museu, o turista também pode produzir, na hora, o seu próprio artesanato. Pode aprender, por exemplo, a fazer uma boneca de algodão colorido e levá-la para casa.

Quadrilhando

Saindo do museu – onde fomos brindados pela bela paisagem do Açude Velho – seguimos em direção ao destino mais esperado da viagem: o Quadrilhando, que fez a sua terceira apresentação. Trata-se de uma super quadrilha, criada da união das 12 quadrilhas juninas estilizadas de Campina Grande.

Na noite do sábado (2), o salão do Sesi, no bairro do Catolé, ficou pequeno para tanta alegria e esperança no novo projeto: viver o São João e a cultura da região o ano inteiro.

Um dos coordenadores do Quadrilhando, poeta e personagem famoso, o ‘Virgulima de Campina’, explicou que a ideia é fazer um novo arraial no primeiro sábado de cada mês. “Aqui você se delicia com comidas típicas, assiste a um espetáculo e dança muito forró. Em junho, faremos apresentações especiais”, informou ele, que incorpora o personagem que foi o Rei do Cangaço, Virgulino Lampião.

Ele contou que a ideia também é gerar renda para as quadrilhas e torná-las autossustentáveis, já que o custo para a confecção dos figurinos é alto, para fazer uma bela apresentação. Dentro desse projeto, Virgulima explicou que foi criada uma ‘moeda’ própria, chamada de ‘Matuto’.

Ao chegar, os visitantes ‘compram’ o Matuto de acordo com o valor das cédulas (R$ 2, R$ 5, R$ 10). “O objetivo é que a renda, após cada evento, seja dividida por igual para todas as 12 quadrilhas associadas”, acrescentou.

Outra novidade, segundo Virgulima, é que o Quadrilhando também é itinerante. “Podemos ser contratados e ir a outra cidade levar nossa cultura”, disse. Além dos passos de uma quadrilha tradicional, o Quadrilhando mistura encenação, teatro e xaxado, o que faz da sua apresentação um grande espetáculo, com a interação do público, que termina se integrando à super quadrilha.

O Quadrilhando mantém acesa a cultura das quadrilhas juninas. É formada por jovens como Rodrigo Vieira, 18 anos, e Nhaély Barros, 14, que também são dançarinos da quadrilha Junina Sanfona.

Eles contaram que os ensaios para o São João começam desde novembro para fazer bonito no salão. O mais interessante do chamado turismo de experiência é o inusitado, a surpresa e o aprendizado ao conhecer pessoas simples e seus ensinamentos, os desafios, as histórias e, principalmente, a transformação na vida delas.

De acordo com a gestora de Turismo do Sebrae-PB, Regina Amorim, a Paraíba tem sido pioneira na descoberta de potencialidades regionais, prontas para serem aperfeiçoadas para o turismo rural de experiência e a economia criativa.

Isso, segundo ela, vem transformando a vida de muitas famílias no Estado. E, sem dúvida, sendo aprovado por quem vivencia a experiência.

Santo Izidro (12)O roteiro sugerido

Tudo começa no Distrito de Santo Isidro, área rural de Campina Grande, onde os turistas podem apreciar a natureza e ver a cidade do alto, fazer trilhas, passear de charrete e degustar comidas típicas, com produtos tirados do próprio local.

Tapioca, bolos de batata, macaxeira e banana são algumas iguarias. Um café da manhã custa, em média, R$ 12 por pessoa. Já o almoço, é fechado em pacote de acordo com o número de pessoas.

Para quem vai pernoitar, a empreendedora Renata Arnaud está concluindo um projeto para oferecer hospedagem. Os visitantes podem montar barracas em um espaço que ela tem ou se hospedar em um trailer (com capacidade para cinco pessoas).

O preço sugerido é R$ 50 em média. Essa é uma opção de hospedagem alternativa para quem pensa em visitar Campina Grande.

Os turistas também podem conhecer o artesanato local (em Santo Izidro), onde são recebidos com forró pé de serra.

O roteiro termina, claro, com muito forró, no Quadrilhando. Além de shows e trios pé de serra, o turista assiste à apresentação de quadrilha e depois vira quadrilheiro, parte do próprio espetáculo.

(Por Henriqueta Santiago)

 

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SERVIÇO:

Quadrilhando – Lima Filho (Virgulima)- 98756-2685

Café, almoço e Passeio de Charrete em Santo Izidro – Maria de Lourdes e seu José – 99103-3489

Hospedagem em Santo Izidro – Renata Albuquerque – 99111-3052

Artesanato – Mulheres de Arusi (Santo Izidro) – Palmira Araújo – 99979-8122