“Nosso desafio será fazer com que esse projeto funcione de janeiro a dezembro”, disse o pesquisador e vereador João Dantas, idealizador da Vila Sítio São João, cuja nova estrutura foi apresentada nesta quinta-feira (7) em café da manhã oferecido à imprensa.
“Eu mesmo, que acompanho o Maior São João do Mundo desde o princípio, não entendo como Campina Grande, que tem essa festa, só se movimenta durante 30 dias”, argumenta João, posicionando a importância da Vila para a cultura e o turismo da cidade.
Com o projeto, diz, a intenção é mostrar a cultura e “tornar ainda maior o Maior São João do Mundo. A Vila vem a se somar a outros projetos como o Trem do Forro, a extensão da festa nos Distritos de Galante e São José da Mata e às quadrilha juninas”.
O novo empreendimento foi erguido às margens da Avenida Floriano Peixoto, no bairro Dinamérica.
A Vila Sítio São João foi construída numa área de 2,8 hectares, com réplicas originais, com burgos (pequenos aglomerados), pontes, lagos, uma igreja com capacidade para 100 pessoas, armazém e engenhos. Já existe o espaço, mas só no próximo ano será instalado o Museu Iconográfico do Cangaço.
A Vila São João explora a vida do homem sertanejo remontando os lugares que antigamente existiam e faziam parte da cultura nordestina. São espaços como casa de farinha, roçado de milho, casa de taipa, tipografia e difusora, todos os locais com artigos reais que ornamentavam os espaços.
Sem recursos públicos
João Dantas disse que o projeto tem o nome fantasia de Vila Sítio São João, mas é registrado como Memorial do Homem do Nordeste Ltda. Segundo ele, o empreendimento é privado e não conta com recursos públicos. “O que temos aqui é o esforço das próprias pessoas envolvidas e nossos patrocinadores”, explicou.
O empreendedor revela que foi difícil a concretização do projeto este ano, por diversos aspectos. Em primeiro lugar, pelo redimensionamento – o que era Sítio virou Vila e ficou 8 mil metros quadrados maior, e com unidades construídas em alvenaria; em segundo lugar pela crise econômica que ainda se abate no país, que inibe investimentos; e por último a greve dos caminhoneiros que, atrasou as obras em pelo menos dez dias.
Fica em Campina
João Dantas calcula que o investimento já tenha passado de R$ 1 milhão. “Já entramos em financiamentos, mas concretizamos o sonho”, afirma. Ele revelou também que havia a possibilidade do projeto ser ‘comprado’ por outra cidade, justamente pela ausência de condições financeiras de instalá-lo em Campina, dificuldade contornada após muitas gestões e negociações.
“Campina não poderia perder a Vila para João Pessoa, Sergipe, Mossoró ou Queimadas, que eram as cidades interessadas no projeto. Com toda nossa luta ela continuará aqui”, disse.
Assista aqui a live feita pelo repórter Snides Caldas nesta manhã, minutos antes da apresentação da estrutura à imprensa:
(Reportagem: Snides Caldas / Texto: José Carlos dos Anjos Wallach)